O comandante-chefe do Departamento de Operações Militares da Síria, Ahmed al Sharaa, anteriormente conhecido como Abu Mohamad al Julani, que liderou as milícias da oposição durante a queda do governo de Bashar al-Assad, revelou quais serão as prioridades do novo governo sírio.
Al Julani, comandante do grupo armado Hayat Tahrir al Sham, declarou à Syria TV, no sábado, que seu grupo está se comunicando com as embaixadas ocidentais, na tentativa de restaurar a governança na Síria. "Estamos em contato com as embaixadas ocidentais e em conversações com o Reino Unido para restabelecer sua representação em Damasco", declarou.
Ele garantiu que tem "objetivos claros" para a construção e o desenvolvimento da Síria. "Com base em nossa experiência administrativa em Idlib, avançaremos nas demais províncias do país", afirmou.
"Não entraremos em conflito com Israel"
Ele também enfatizou que, apesar dos recentes ataques aéreos israelenses contra alvos militares sírios e da tomada de territórios fronteiriços pelo país judeu, "não entraremos em conflito com Israel".
No entanto, ele argumentou que "os argumentos de Tel Aviv não justificam suas recentes violações", observando que os israelenses claramente cruzaram as linhas de engajamento na Síria, "o que ameaça uma escalada injustificada na região".
Nesse contexto, ele pediu à comunidade internacional que intervenha com urgência e assuma suas responsabilidades diante dessa "escalada", enfatizando a importância de controlar a situação na região.
- Após a queda do governo de Bashar al-Assad, o Exército israelense vem bombardeando instalações militares no território sírio há dias.
- As FDI assumiram o controle da zona de amortecimento das Colinas de Golã nesta semana. O Exército do país judeu justifica suas ações como atividades de "defesa" para evitar qualquer ameaça.
- O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou na terça-feira a criação de uma "zona de segurança estéril" sem presença israelense permanente no sul da Síria, além da zona de amortecimento das Colinas de Golã ocupadas, uma ação que ele explica como uma necessidade de proteger Israel de "ameaças terroristas".
- O Departamento de Defesa dos EUA declarou que a incursão das FDI na Síria foi uma ação de "autodefesa" por parte do país judeu.