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EUA envia quase U$500 mil de ''fundos russos confiscados'' à Estônia para ajudar Kiev

Trata-se da primeira transferência desse teor com o objetivo de ajudar o Governo ucraniano.
EUA envia quase U$500 mil de ''fundos russos confiscados'' à Estônia para ajudar KievGettyimages.ru / Roberto Schmidt

O Departamento de Justiça dos EUA anunciou no sábado que transferiu aproximadamente US$ 500.000 em "fundos russos apreendidos" para a Estônia com o objetivo de prestar assistência à Ucrânia.

"Essa transferência é a primeira desse tipo feita pelos EUA a um aliado estrangeiro com o propósito expresso de ajudar a Ucrânia", diz a declaração da agência.

De acordo com o Departamento de Justiça, os fundos foram apreendidos pelos EUA após o desmantelamento de uma rede que buscava enviar "maquinário de alta precisão de origem americana com usos nos setores de defesa e proliferação nuclear" para a Rússia. Além disso, um cidadão letão, réu criminal em conexão com o caso, declarou-se culpado na quarta-feira por violar as leis e regulamentações de exportação dos EUA.

Os EUA explicaram que os fundos confiscados estão sendo transferidos para a Estônia, pois "os fatos deste caso não permitem uma transferência direta para a Ucrânia". Tallinn, por sua vez, usará os fundos "para um projeto de aceleração da avaliação de danos e reparos críticos no sistema de distribuição e transmissão de eletricidade da Ucrânia".

"O anúncio de hoje demonstra a determinação inabalável dos EUA e de nossos parceiros estonianos em cortar o acesso do presidente [Vladimir] Putin às tecnologias ocidentais", disse a procuradora-geral adjunta Lisa Monaco, que assinou o acordo de transferência em nome de Washington. Ela acrescentou que seu país continuará a "buscar soluções criativas" para ajudar o povo ucraniano.

Por sua vez, o secretário-geral do Ministério da Justiça da Estônia, Tonis Saar, disse que "esse acordo proporciona uma motivação adicional para continuar a tratar das violações das sanções". "O objetivo não é apenas detectar, processar e garantir a justiça, mas também direcionar as receitas ilegais" para Kiev, disse ele.

Em dezembro, Dmitri Peskov, porta-voz da presidência russa, afirmou que o país "nunca deixará em paz" aqueles que eventualmente materializarem o confisco ilegal, prometendo respostas concretas e o "constante exercício da contestação judicial".

Os planos de confiscar recursos russos e os enviar para a Ucrânia não apenas representa violação da lei internacional, mas também gera incerteza nos parceiros comerciais não-ocidentais de Bruxelas e Washington.