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Países africanos terão assentos permanentes em Conselho de Segurança da ONU, garante Guterres

O secretário-geral afirmou que o obstáculo "mais difícil" já foi ultrapassado.
Países africanos terão assentos permanentes em Conselho de Segurança da ONU, garante GuterresGettyimages.ru / Sean Gallup

O secretário-geral da ONU, António Guterres, comprometeu-se na quarta-feira a garantir que dois países africanos ocupem assentos permanentes no Conselho de Segurança da organização antes do término de seu mandato, em dezembro de 2026.

"Atualmente, temos, eu diria, um consenso entre os P5 (cinco membros permanentes) de que devem existir dois membros permanentes africanos no Conselho de Segurança", afirmou Guterres em um encontro com jornalistas em Pretória, na África do Sul.

"Assim, o obstáculo mais difícil está superado", enfatizou.

"Tenho esperança de que não terminarei meu mandato como secretário-geral sem ver os membros permanentes africanos no Conselho de Segurança", declarou.

Esforço contínuo

Há anos, países africanos, unidos sob a União Africana, que conta com 55 membros, reivindicam maior representatividade permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Em agosto, o presidente de Serra Leoa, Julius Maada Bio, reafirmou ao Conselho que o continente exige dois assentos permanentes e outros dois assentos não permanentes.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, também defendeu recentemente mudanças na estrutura do CSNU, argumentando que a segurança global não deveria ser controlada apenas por "algumas grandes potências".

Guterres tem criticado regularmente a atual composição do Conselho de Segurança da ONU, classificando-a como ultrapassada. Em agosto, durante um debate em Nova York, ele chamou a exclusão do continente africano de "inaceitável" e pediu reformas que garantam um assento permanente para a África.