Em uma entrevista recentemente concedida ao canal público alemão Deutsche Welle, a repórter Jules Giessler destacou a importância do acordo comercial Mercosul-União Europeia, assinado na sexta-feira (6).
A jornalista destacou a dimensão do acordo, que se ratificado, materializaria ''uma das maiores zonas de livre comércio já criadas, cobrindo 10% da população mundial''. ''Isso é massivo'', afirma.
Ao analisar os benefícios que os países europeus têm a ganhar, Giessler mencionou as indústrias automotiva, química e agrícola.
''Acima de tudo, o que é importante observar é que, para a UE, o que está realmente em jogo é o acesso a matérias-primas que seriam cruciais para a transição da energia verde. Como o lítio, que é usado na bateria de carros elétricos'', prosseguiu, mencionando que a Argentina é a detentora da terceira maior reserva de lítio do planeta.
"Nações do Mercosul possuem grandes reservas minerais", lê-se um cabeçalho em evidência durante a entrevista.
Em troca, os países do Mercosul poderiam exportar bens como carne e grãos para o bloco europeu sem barreiras comerciais, observa, destacando os temores protecionistas de fazendeiros europeus.
Influência chinesa
Em seguida, Giessler observou que o cenário internacional torna a ratificação do acordo uma questão de ''urgência''. Isso porque com a eleição de Trump, as barreiras comerciais entre a China e a União Europeia devem crescer, prevê.
''E por outro lado, o papel da China na América do Sul é muito importante aqui'', continua. Pequim é ''o principal parceiro comercial da América do Sul, e empresas chinesas estão crescendo no país. Especialistas dizem que se a UE não selar esse acordo agora, empurraria a América do Sul ainda mais pra perto da China''.