Zelensky reconhece retirada de tropas ucranianas da Avdeyevka
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, reconheceu que as tropas ucranianas foram retiradas da cidade de Avdeyevka ao discursar na Conferência de Segurança de Munique, no sábado.
De acordo com o líder ucraniano, essa decisão foi "muito lógica, justa e profissional", já que o país busca "salvar o maior número possível de vidas ucranianas". "É importante para nós preservar as vidas de nosso povo, esse é o nosso principal objetivo. Estamos salvando nossas vidas, nossos soldados, porque essa é a nossa defesa", disse ele.
Além disso, o chefe de Estado ucraniano enfatizou que está muito grato por quaisquer armas entregues por seus aliados, mas a primeira coisa é o exército. "Essa é a decisão correta de não ser cercado. Essa decisão foi tomada para recuar para outras linhas. A Rússia não se apoderou de nada. Temos que entender isso", disse ele.
Além disso, Zelenski comentou sobre a falta de ajuda militar dos países ocidentais. "Estamos apenas esperando por mais armas. Estamos carentes, estamos carentes. Eu lhe digo francamente", declarou o líder ucraniano. Nesse sentido, ele explicou que seu país carece de armas de longo alcance, enquanto a Rússia as detém. "É por isso que nossa principal arma hoje são nossos soldados, nosso povo, e esperamos poder contar com o apoio de nossos parceiros", enfatizou.
As preocupações com as entregas de material de guerra estão crescendo em meio à incerteza sobre o projeto de lei de ajuda dos EUA para a Ucrânia, Israel e Taiwan. A legislação foi aprovada no Senado dos EUA na terça-feira, enquanto a Câmara dos Deputados na sexta-feira iniciou seu recesso até o final de fevereiro sem votar o projeto.
Respondendo a uma pergunta sobre as expectativas para a situação na linha de frente no futuro, o chefe de estado ucraniano disse que espera ver "o que foi prometido", especificando que ele quer que suas forças tenham o controle de seu espaço aéreo. Zelenski reconheceu que Moscou tem uma vantagem nessa área, enquanto Kiev tem muito poucos sistemas antiaéreos. "Não estou criticando agora, mas temos poucos [sistemas de defesa] para avançar [nossos planos] rapidamente", acrescentou.
O presidente ucraniano também descreveu o método da Rússia de conduzir sua operação militar especial como "injusto". "É injusto em termos de vantagem. Se a artilharia atinge 20 quilômetros, e a Rússia tem artilharia a 40 quilômetros, essa é a resposta. Homem contra artilharia! Injusto e uma ideologia de guerra não moderna", disse ele.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, reagiu aos comentários do presidente ucraniano, dizendo que a retirada não tem nada a ver com a intenção de salvar seus soldados. "É porque [Zelensky] e sua gangue só sabem como 'lutar' por muito dinheiro, que vai diretamente para seus bolsos, e apenas contra civis. Todo o resto não importa para eles", disse.