Chefe militar britânico: o mundo entra em uma era nuclear "mais ambígua e perigosa"

Tony Radakin observou que esse terceiro estágio, que sucede a Guerra Fria e os esforços de desarmamento, é definido pela "proliferação de tecnologias nucleares e disruptivas".

O chefe do Estado-Maior do Reino Unido, almirante Tony Radakin, alertou que o mundo está à beira de uma "terceira era nuclear", caracterizada por uma "ausência quase total" de medidas de segurança, informa o Financial Times.

Ele fez as declarações na quarta-feira, durante uma palestra no Royal United Services Institute, em Londres. Radakin acrescentou que essa nova fase, que sucede a Guerra Fria e os esforços de desarmamento, é "mais ambígua e perigosa" do que qualquer outra que ele tenha vivenciado em sua carreira.

"Estamos no início de uma terceira era nuclear, definida pela proliferação de tecnologias nucleares e disruptivas e pela ausência quase total de arquiteturas de segurança anteriores", disse o chefe militar britânico.

Nos últimos anos, a Rússia e os Estados Unidos se retiraram de vários tratados importantes de controle de armas, deixando em vigor apenas o tratado New START, que deve expirar em 2026, no meio do segundo mandato do presidente dos EUA, Donald Trump.

Radakin também apresentou a Rússia como o principal e "perigoso" adversário da OTAN, mas afirmou que Moscou não lançaria um ataque, alegando que "a estratégia de dissuasão da OTAN funciona".

Por fim, ele alertou que os riscos da proliferação nuclear são apenas um sintoma de um "mundo cada vez mais incerto".

"Precisamos perceber o risco de tragédia para evitá-la, e esse risco está aumentando. O mundo está mais perigoso, os desafios são maiores. Mas nós temos a capacidade, as estruturas e o tempo para enfrentá-los. A escolha é nossa", concluiu Radakin.