Integração financeira do BRICS vai avançar mesmo com ameaças de Trump, diz Rússia
Os trabalhos em prol da criação de uma ferramenta de pagamentos entre países membros do BRICS vão continuar a despeito das ameaças de Donald Trump, afirmou Alexander Pankin, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, à mídia local nesta sexta-feira.
''Essa é uma oportunidade de plataforma calculada. É claro que [o trabalho] continuará'', afirmou o vice-ministro.
Pankin esclareceu que o objetivo desses esforços não é a criação de uma moeda conjunta, como especulado pelo próprio presidente eleito dos EUA. ''Não se trata de um euro, um Euro-BRICS'', explicou.
O representante previu ainda que a postura de Trump em relação à medida deve mudar com o passar do tempo:
''Acho que as declarações do presidente eleito dos Estados Unidos ainda mudarão. Mais de uma vez, tanto em uma direção quanto em outra. Isso foi característico de seu primeiro mandato'', concluiu.
Relembre o que disse Trump:
No final de novembro, o presidente eleito dos EUA prometeu introduzir tarifas comerciais de 100% sobre os produtos dos países do BRICS se o grupo decidisse criar ou endossar uma nova moeda alternativa ao ''poderoso dólar norte-americano''.
"A ideia de que os países do BRICS estão tentando se afastar do dólar enquanto nós ficamos de braços cruzados acabou", escreveu o republicano em sua conta no Truth Social.
Em meados de outubro, Vladimir Putin havia antecipado que a introdução da moeda do BRICS ainda não foi considerada, pois a organização precisa agir gradualmente, sem pressa.
"No momento, estamos estudando as possibilidades de expandir o uso de moedas nacionais e criando ferramentas que tornarão esse trabalho seguro", declarou o presidente russo à época.