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Anulação dos resultados eleitorais é um "golpe de estado", diz vencedor do primeiro turno romeno
O Tribunal Constitucional da Romênia decidiu anular o primeiro turno da eleição presidencial depois dos resultados surpreendentes obtidos por Calin Georgescu, que questiona o apoio à Ucrânia.
O candidato presidencial independente Calin Georgescu qualificou como um "golpe de Estado" a decisão do Tribunal Constitucional da Romênia de anular os resultados do primeiro turno das eleições, no qual ele venceu com 22%.
"A decisão do TC representa mais do que uma disputa legal", disse ele a apoiadores em Bucareste na noite desta sexta-feira. "É praticamente um golpe de Estado oficial. O Estado de Direito está em um coma induzido, e a justiça subordinada a ordens políticas praticamente perdeu sua essência, não é mais justiça", denunciou.
Nesta sexta-feira, a corte emitiu uma decisão anulando "todo o processo eleitoral referente à eleição do Presidente da Romênia", anunciando que todo o processo será retomado em sua totalidade em uma data posterior.
No início do dia, a imprensa do país divulgou que os juízes do tribunal haviam se reunido para uma reunião urgente para examinar um grande número de pedidos de anulação da eleição. As demandas citavam documentos de inteligência recentemente desclassificados pelo Conselho Supremo de Defesa, apontando para supostas irregularidades por trás do desempenho de Georgescu.
A alegação nos documentos é a de que a candidatura de Georgescu foi impulsionada indevidamente por influenciadores pagos nas redes sociais, juntamente com grupos extremistas de direita e pessoas vinculadas ao crime organizado.
As agências de inteligência sugerem ainda que a Rússia pode ter tentado influenciar a eleição, embora não apresentem uma acusação direta de interferência.
Georgescu rejeitou repetidamente as alegações de conluio estrangeiro em sua campanha, dizendo que seus detratores "não conseguem aceitar que o povo romeno finalmente manifestou que "quer suas vidas de volta".
Moscou também negou as acusações de interferência na eleição. No mês passado, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, observou a existência de uma "tendência básica que existe no Ocidente", que insiste em repetidamente colocar a culpa na Rússia.
- Apesar de receber só 6,2% de apoio nas pesquisas eleitorais, Calin Georgescu obteve 22,94% dos votos no primeiro turno, derrotando a candidata Elena Lasconi, que conquistou 19,18%. Os dois deveriam disputar um segundo turno no domingo.
- O político é um nacionalista religioso e crítico da OTAN e da União Europeia. Durante sua campanha, ele questionou o papel da Romênia no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, prometendo que, se for eleito, encerrará toda a assistência militar e política a Kiev.
