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Milei: 'As restrições do Mercosul são um obstáculo para os argentinos'

De acordo com o presidente argentino, nas últimas duas décadas "oportunidades foram perdidas".
Milei: 'As restrições do Mercosul são um obstáculo para os argentinos'AP / Matilde Campodonico

O presidente da Argentina, Javier Milei, saudou nesta sexta-feira a assinatura do acordo de livre comércio entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE), após ter considerado que o mecanismo sul-americano manteve uma política que representa um "obstáculo" para seu país.

"As restrições do Mercosul são uma pedra no sapato para os argentinos", afirmou em seu discurso na cúpula que se encerra hoje no Uruguai.

Milei disse que falaria mais como economista do que como presidente, analisando o caminho percorrido pelo bloco sul-americano e estimando que os resultados foram deficientes em relação aos propósitos para os quais foi criado.

"Um sistema de tarifa externa comum foi proposto para tentar proteger as indústrias de nossos países, acreditando que isso traria um benefício para nossos cidadãos. Infelizmente, o caminho para o inferno é pavimentado com boas intenções", continuou. 

Nesse sentido, o mandatário criticou a intervenção do Estado para regular o mercado e proteger os setores locais. "Não é surpresa, para um liberal como eu, que o resultado dessas medidas tenha sido o oposto do que se pretendia", disse. 

Por isso, defendeu a possibilidade de que o Mercosul opte por uma "nova fórmula para comercializar mais e melhor", o que interromperia a perda de influência do bloco no mercado internacional.

Para ele, as "barreiras tarifárias" do Mercosul fizeram com que os países do bloco "se fechassem em seu próprio aquário", enquanto as nações vizinhas pressionavam por acordos de livre comércio para expandir seus mercados.

"Não podemos nos dar ao luxo de deixar passar as oportunidades de comércio, precisamos delas como de água no deserto [...] Nos últimos 20 anos, perdemos a oportunidade de uma vida inteira", disse, fazendo alusão à rejeição, em 2005, de um acordo de livre comércio com os EUA por causa de uma "tirada disfarçada de nacionalismo", referindo-se a Alca (Área de Livre-Comércio das Américas).