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Volskswagen é processada por trabalho escravo no Brasil

O Ministério Público impôs uma multa à empresa por tráfico de pessoas e violações de direitos humanos durante as décadas de 1970 e 1980 em uma fazenda de propriedade da empresa no Pará.
Volskswagen é processada por trabalho escravo no BrasilGettyimages.ru / picture alliance

A Volkswagen está sendo processada no Brasil por impor condições de trabalho análogo à escravidão em uma fazenda da empresa no município de Santana do Araguaia, no estado do Pará, durante as décadas de 1970 e 1980.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) pede que a empresa alemã pague uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 165 milhões, informou o órgão judicial na quinta-feira (6).

O MPT também exige que a empresa faça um pedido público de desculpas e implemente medidas para combater o trabalho análogo à escravidão, o tráfico de pessoas e outras violações dos direitos humanos.

O órgão instaurou um inquérito após receber, em 2019, denúncia com documentação reunida pelo padre Ricardo Rezende Figueira, que, à época, era coordenador da Comissão Pastoral da Terra para a regional Araguaia e Tocantins da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

De acordo com as provas apresentadas pela CNBB, os trabalhadores eram submetidos a condições degradantes de trabalho na propriedade Fazenda Vale do Rio Cristalino, conhecida como Fazenda Volkswagen.

As vítimas relataram que sofriam com a falta de atendimento médico para tratar malária, alojamentos insalubres sem acesso a água potável, alimentação insuficiente e servidão por dívida. Relataram ainda que jagunços armados os impediam de sair da propriedade, que tinha cerca de 140 mil hectares.