Volskswagen é processada por trabalho escravo no Brasil

A Volkswagen está sendo processada no Brasil por impor condições de trabalho análogo à escravidão em uma fazenda da empresa no município de Santana do Araguaia, no estado do Pará, durante as décadas de 1970 e 1980.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) pede que a empresa alemã pague uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 165 milhões, informou o órgão judicial na quinta-feira (6).
O MPT também exige que a empresa faça um pedido público de desculpas e implemente medidas para combater o trabalho análogo à escravidão, o tráfico de pessoas e outras violações dos direitos humanos.
MPT processa Volkswagen por trabalho #escravo e graves violações de direitos humanos nas décadas de 70 e 80💻https://t.co/FyzFq6H38R📷Pixabay pic.twitter.com/UZkLSe4toj
— MPT (@MPTrabalho) December 5, 2024
O órgão instaurou um inquérito após receber, em 2019, denúncia com documentação reunida pelo padre Ricardo Rezende Figueira, que, à época, era coordenador da Comissão Pastoral da Terra para a regional Araguaia e Tocantins da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
De acordo com as provas apresentadas pela CNBB, os trabalhadores eram submetidos a condições degradantes de trabalho na propriedade Fazenda Vale do Rio Cristalino, conhecida como Fazenda Volkswagen.
As vítimas relataram que sofriam com a falta de atendimento médico para tratar malária, alojamentos insalubres sem acesso a água potável, alimentação insuficiente e servidão por dívida. Relataram ainda que jagunços armados os impediam de sair da propriedade, que tinha cerca de 140 mil hectares.
