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Congressistas dos Estados Unidos saem de férias sem votar sobre fundos para a Ucrânia

O projeto foi aprovado no Senado na terça-feira e enviado à Câmara dos Representantes em meio à pressão dos democratas.
Congressistas dos Estados Unidos saem de férias sem votar sobre fundos para a UcrâniaAP / J. Scott Applewhite

A Câmara Baixa do Congresso norte-americano iniciou suas férias até o final de fevereiro sem submeter à votação o projeto de lei sobre ajuda para a Ucrânia, Israel e Taiwan, que acabou de receber do Senado.

A maioria republicana da Câmara dos Representantes cancelou as votações programadas para a sexta-feira e os congressistas retomarão o trabalho em 28 de fevereiro, após o recesso do Dia dos Presidentes.

O Senado dos EUA aprovou o projeto de lei de 95 bilhões de dólares na terça-feira e o enviou à Câmara dos Representantes. No entanto, os republicanos da Câmara Baixa já manifestaram sua oposição à nova redação porque omite disposições sobre a segurança fronteiriça no sul do país norte-americano em meio à crise migratória.

"Férias imerecidas"

O porta-voz adjunto da Casa Branca, Andrew Bates, criticou o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, por "enviar a Câmara a umas férias anticipadas e imerecidas".

"Todos os dias que o presidente [da Câmara] Johnson faz com que nossa segurança nacional se deteriore, os Estados Unidos perdem. E todo dia que adia uma votação, a reputação dos congressistas republicanos afunda para o povo norte-americano", escreveu em um documento citado pelo The Hill.

Os legisladores democratas e republicanos há meses estão levando intensos debates sobre os fundos que Washington pretende destinar a Kiev.

Os republicanos afirmaram repetidamente que os EUA deveriam se concentrar em seus próprios problemas antes de enviar mais dinheiro para o exterior. Entretanto, apesar dessa oposição, o projeto de lei obteve 70 votos a favor e 29 contra, na terça-feira, com o apoio de 22 senadores republicanos.

O pacote inclui 60,06 bilhões de dólares para a Ucrânia; 14,1 bilhões de dólares em assistência de segurança para Israel; 9,15 bilhões de dólares em ajuda humanitária para fornecer alimentos, água e assistência médica aos civis afetados na Faixa de Gaza, Cisjordânia, Ucrânia e outros focos de tensão; e 4,83 bilhões de dólares para Taiwan.

Na segunda-feira, o líder da Câmara dos Representantes criticou o projeto de lei, denunciando que o pacote de ajuda a outras nações não dispõe de disposições sobre a segurança fronteiriça do próprio país, o que, de fato, ajudaria a "acabar com a catástrofe em curso" das travessias ilegais da fronteira nacional.

"O projeto de lei de ajuda externa do Senado não trata do problema mais urgente que nosso país enfrenta", denunciou Johnson.

  • Em meio à incerteza causada pela falta de um acordo bipartidário sobre o financiamento para a Ucrânia, o presidente dos EUA, Joe Biden, em mais de uma ocasião, pediu ao Congresso que aprovasse o pacote para evitar uma suposta guerra com a Rússia. De acordo com ele, "qualquer interrupção nos suprimentos para a Ucrânia claramente fortalece a posição do [presidente russo Vladimir] Putin".

  • No entanto, Vladimir Putin tem repetidamente apontado que os países ocidentais estão "tentando assustar sua população com uma ameaça russa imaginária".