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Lavrov: 'Se o golpe de fevereiro de 2014 não tivesse ocorrido, a Ucrânia teria permanecido inteira'

As autoridades que sucederam o golpe viriam a proibir a cultura, língua, tradição e religião associadas à Rússia, explica o chanceler.
Lavrov: 'Se o golpe de fevereiro de 2014 não tivesse ocorrido, a Ucrânia teria permanecido inteira'Sputnik / Stanislav Krasilnikov

Se o golpe de Estado contra o presidente Viktor Yanukovitch não tivesse acontecido e o acordo estabelecido entre ele e a oposição tivesse sido efetivamente implementado, a Ucrânia teria mantido todo o seu território intacto, incluindo a península da Crimeia, afirmou o chanceler russo, Sergey Lavrov, em uma entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornalista norte-americano Tucker Carlson.

O acordo em questão previa o estabelecimento de um governo de unidade nacional, reduzindo as tensões com os russos étnicos nas regiões orientais e ao sul, e a organização de novas eleições.

Lavrov observou ainda que Yanukovitch teria perdido o pleito. "Todos sabiam disso. Mas eles foram impacientes, tomaram os prédios governamentais na manhã seguinte", estabelecendo um regime que viria a proibir a cultura, língua, tradição e religião associadas à Rússia.

Nesse contexto, o chanceler destacou a importância do direito à auto-determinação dos povos, comparando as atitudes das autoridades de Kiev com potências colonialistas europeias:

"As pessoas nas colonias nunca trataram os poderes coloniais, seus senhores coloniais, como pessoas que os representam, como pessoas que queiram ver nas estruturas de poder. Do mesmo modo, as pessoas ao sul e ao leste da Ucrânia, pessoas em Donbass e Nova Rússia, não consideram o Zelensky como alguém que representa os seus interesses. E como eles poderiam?'', questionou.