
Primeiro-ministro da França renuncia ao cargo

O primeiro-ministro da França, Michel Barnier, apresentou sua renúncia ao presidente Emmanuel Macron nesta quinta-feira, após a histórica aprovação de um voto de desconfiança relacionado a disputas orçamentárias, o que forçou a saída do premiê e de membros de seu gabinete.
Macron aceitou a renúncia, como informou a imprensa francesa.
Na quarta-feira, a Assembleia Nacional aprovou a moção de desconfiança apresentada pela esquerda com 331 votos a favor, superando a maioria necessária de 289.
Essa é a primeira vez, desde a criação da Quinta República, que uma moção de desconfiança resulta na renúncia de um governo, algo que não ocorria desde 1962.

Barnier, nomeado em setembro, se tornou o primeiro-ministro com o menor tempo de mandato na história recente do país. Em seu último discurso antes da votação, o ex-negociador da UE para o Brexit afirmou que "continuará honrado por ter servido à França e ao povo francês com dignidade".
Macron, por sua vez, permanece determinado a concluir seu mandato até 2027, mas agora terá que nomear um novo primeiro-ministro pela segunda vez, após as eleições legislativas de julho, que provocaram profundas divisões no parlamento.
Novas eleições legislativas não poderão ser realizadas até julho do próximo ano, o que, combinado com a atual fragmentação no parlamento, gera o risco de um impasse na liderança do governo.
Embora a França não enfrente uma paralisação de governo como a dos Estados Unidos, há temores de que a instabilidade política possa afetar os mercados financeiros, elevar as taxas de juros e agravar ainda mais a já colossal dívida pública do país.
