Em audiência da Câmara, oposição venezuelana pede ao Brasil que pressione Maduro a renunciar

Em seu pronunciamento, Edmundo González defendeu o direito dos venezuelanos de clamar por sanções unilaterais contra seu próprio país.

Nesta terça-feira, a Comissão de Política Exterior e Defesa na Câmara dos Deputados brasileira recebeu, de forma remota, líderes da oposição venezuelana, como parte de uma audiência pública solicitada pelo deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP).

Participaram do debate figuras como a política María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, que ficou em segundo lugar no pleito presidencial venezuelano.

Durante o evento, Machado fez um apelo para que o Brasil reconheça González como vencedor das eleições e pressione Maduro a renunciar. "Precisamos do Brasil, precisamos do seu povo, precisamos do seu governo e do seu congresso", declarou, afirmando que uma "transição pacífica" seria benéfica em âmbito regional.

González, por sua vez, criticou a aprovação da Lei Libertador Simón Bolívar. Essa medida, anunciada por Maduro no final de novembro, visa punir os cidadãos que manifestarem apoio a um projeto de lei com o mesmo nome, mas aprovado na Câmara dos Representantes dos EUA, que impõe sanções econômicas e financeiras unilaterais adicionais contra a Venezuela.

O opositor afirmou que a medida introduz "novos mecanismos de controle e repressão", estabelecendo penas de 25 a 30 anos de prisão contra cidadãos que defenderem sanções contra a Venezuela. Os alvos são ainda tipificados como traidores da pátria, impedindo a participação na política, denunciou.

"A lei não somente silencia opositores dentro do país, mas também aqueles que denunciam as irregularidades fora da Venezuela. Qualquer ação que seja vista como denúncia ou busca por aplicação da justiça internacional pode resultar na aplicação dessas medidas repressivas", afirmou González.

As declarações dos políticos foram respaldadas por congressistas de oposição ao governo Lula, como Marcel Van Hattem (NOVO-RS) e General Girão (PL-RN). Ambos apontaram para supostas semelhanças entre os mandatos do presidente brasileiro e seu homólogo venezuelano.