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Governo Milei quer acabar com educação e saúde pública para estrangeiros

Os brasileiros devem ser significativamente impactados pela medida, uma vez que representam mais da metade de todos os estrangeiros matriculados em cursos de medicina da Argentina.
Governo Milei quer acabar com educação e saúde pública para estrangeirosGettyimages.ru / Tomas Cuesta

A reforma migratória proposta pelo governo do presidente argentino Javier Milei exclúi estrangeiros não-residentes dos sistemas públicos de educação superior e saúde.

''O PEN (Poder Executivo Nacional) enviará um projeto ao Congresso para que os estrangeiros paguem pela educação em universidades nacionais e também pela atenção no sistema de saúde. Além disso, se cometerem crimes serão expulsos do país'', escreveu Bartolomé Abdala, senador pelo partido governista e presidente provisório da Câmara Alta.

A medida é motivada pelo alto número de estrangeiros nas universidades argentinas, atraídos pelo ensino gratuito e pela facilidade de ingresso.

''Isso será uma fonte de renda para as instituições de ensino superior, o que lhes permitirá se financiar. Hoje, um em cada três estudantes que escolhem o curso de medicina é de origem estrangeira'', afirmou o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, ao defender a reforma nesta segunda-feira.

Adorni acrescentou ainda que na província de Salta, que adotou a medida em nível regional, o atendimento a estrangeiros caiu em 95%, gerando uma economia de 60 milhões de pesos argentinos.

Impacto entre brasileiros

Dentre os estrangeiros estudando na Argentina, destaca-se um grande número de brasileiros, que buscam sobretudo o curso de medicina.

''Atualmente, cerca de 34% dos estudantes no curso no país são estrangeiros, um número próximo de 37 mil pessoas, com mais de 20 mil brasileiros'', explica o portal Terra.

''Normalmente, para um brasileiro estudar em uma universidade pública na Argentina a única exigência além dos trâmites burocráticos para se fixar no país é a comprovação de conhecimentos de espanhol, o que estimulou muitos alunos nos últimos anos'', prossegue o veículo.

Confusão

A medida foi recebida com confusão pelo público, conforme apuração do jornal La Nacional. Isso porque ''a rigor, para estudar nas universidades públicas é preciso ser residente''.

Já a cobrança pelos serviços de saúde é algo que já foi implementado por determinadas províncias, como Salta e Jujuy. Representantes de alto nível de outros territórios rechaçaram a medida, chegando a afirmar que teria como objetivo fomentar a divisão e o ódio.