
Cerca de 100 mil trabalhadores da Volkswagen aderem a greve por toda a Alemanha

Cerca de 100 mil operários da Volkswagen participaram de uma greve de advertência em toda a Alemanha, informou o jornal Handelsblatt nesta terça-feira, citando o maior sindicato do país, o IG Metall.
"As primeiras greves de advertência foram um sinal absolutamente decisivo dos trabalhadores contra os planos cruéis da diretoria da Volkswagen", declarou Torsten Gröger, porta-voz do sindicato.
Os trabalhadores protestam contra os planos da direção de fechar parte da produção e realizar cortes no quadro de funcionários. As paralisações começaram na segunda-feira (02), e terminaram com o início do turno da manhã seguinte.
Um total de 98.650 trabalhadores de nove fábricas da Volkswagen na Alemanha participaram das ações, incluindo 47 mil em Wolfsburg, 12,5 mil em Bauntal (distrito de Kassel) e nove mil em Zwickau e Hannover.
A próxima rodada de negociações entre a empresa e o sindicato está marcada para 9 de dezembro. O encontro pode levar a um consenso entre as partes ou a uma escalada no conflito, segundo Daniela Cavallo, chefe do conselho de trabalhadores da Volkswagen.

A Volkswagen propôs que 120 mil de seus trabalhadores aceitem um corte salarial de 10% e sugeriu o fechamento de três de suas dez fábricas no país. No entanto, a empresa ainda não revelou publicamente quantos de seus cerca de 300 mil funcionários na Alemanha seriam demitidos.
Ao longo de seus quase 90 anos de história, a Volkswagen nunca fechou uma fábrica em seu país de origem.
O setor automotivo alemão enfrenta dificuldades devido ao aumento dos custos de energia, à fraca demanda europeia, à intensificação da concorrência com a China e à transição para veículos elétricos, que ocorre de forma mais lenta que o esperado.
O enfraquecimento do setor automotivo tem gerado preocupações sobre o estado da maior economia da União Europeia e o risco de uma nova recessão. A Alemanha já passou por recessão em 2023.