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China proíbe exportação de materiais com possível uso militar e para fabricação de chips aos EUA

As medidas chinesas foram anunciadas em resposta ao pacote de sanções imposto por Washington na segunda-feira.
China proíbe exportação de materiais com possível uso militar e para fabricação de chips aos EUAGettyimages.ru / NurPhoto

O Ministério do Comércio da China anunciou nesta terça-feira novas medidas para restringir as exportações de materiais estratégicos de alta tecnologia para os Estados Unidos, informou a agência de notícias Xinhua.

A ordem determina que a exportação de itens chineses de uso duplo, incluindo gálio, germânio, antimônio e materiais superduros, será restringida a partir de sua publicação. Além disso, haverá exames mais rigorosos sobre os fins das aquisições de grafite, conforme detalhou a agência.

De acordo com o comunicado, as restrições visam "salvaguardar a segurança e os interesses nacionais e cumprir a não proliferação e outras obrigações internacionais". O documento também alerta que países ou regiões que violem as regras e exportem esses produtos originários da China para os EUA "serão considerados legalmente responsáveis".

  • Segundo o Serviço Geológico dos EUA, a China responde por 98% da produção mundial de gálio, sendo também o maior produtor de germânio e outros materiais essenciais, cuja exportação para os EUA agora está proibida.

Sanções dos EUA

As medidas chinesas foram anunciadas em resposta ao pacote de sanções imposto pelos EUA na segunda-feira. O Bureau de Indústria e Segurança (BIS) do Departamento de Comércio norte-americano havia implementado novas regras para limitar a capacidade da República Popular da China (RPC) de produzir semicondutores avançados, que podem ser utilizados em fins militares.

Entre as sanções dos EUA estão:

  • 24 tipos de equipamentos de fabricação de semicondutores;
  • 3 tipos de ferramentas de "software" para desenvolver ou produzir semicondutores;
  • novos controles sobre memória de alta largura de banda;
  • 140 empresas chinesas, incluindo: fábricas de semicondutores e empresas de investimento "envolvidas no avanço da modernização militar";

A China respondeu prometendo medidas concretas para "salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos" de suas empresas.