'UE se enfraqueceu muito' em meio a conflito na Ucrânia, diz chanceler húngaro à RT

Peter Szijjarto criticou a posição da União Europeia no conflito ucraniano, afirmando que "seguir cegamente" as políticas dos EUA foi um "grande erro" que levou ao enfraquecimento do bloco.

A posição adotada pela União Europeia em relação ao conflito ucraniano enfraqueceu "muito" o bloco, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, em uma entrevista exclusiva à RT na segunda-feira.

Nesse sentido, Szijjarto classificou como um "grande erro" a decisão dos diplomatas europeus de seguir cegamente as políticas de Washington.

"Acredito que, em vez de globalizar o conflito, a estratégia correta teria sido localizá-lo e fazer de tudo para resolvê-lo, para estabelecer a paz, em vez de jogar óleo no fogo, como tem sido o caso".

Segundo o chanceler húngaro, as comparações entre a ajuda da UE e dos EUA à Ucrânia feitas pelos líderes do bloco são uma "abordagem muito ruim e prejudicial do ponto de vista europeu".

Nesse contexto, Szijjarto enfatizou que a UE tem sofrido um impacto significativo devido ao conflito, enquanto os EUA conseguem se manter relativamente imunes às consequências da tensão entre Moscou e Kiev.

"Está havendo destruição na Europa, e a economia europeia está enfrentando os impactos e as consequências", disse.

Posições "pró-guerra" na Europa 

O ministro acrescentou ainda que há muitos políticos "extremamente pró-guerra" nos países europeus.

"Quando participo das reuniões do Conselho de Relações Exteriores com outros ministros das Relações Exteriores e ouço alguns deles, fico muito triste com a presença desse tipo de posições extremistas pró-guerra", declarou.

Comentando a postura da Hungria no conflito, Szijjarto afirmou que seu país adotou uma abordagem diferente, permanecendo "o único na Europa ou na  União Europeia que não entregou armas à Ucrânia".