China tomará 'medidas firmes' para se proteger de 'abuso' econômico dos EUA
Diante da imposição de um novo pacote de sanções pelos Estados Unidos contra os fabricantes chineses de semicondutores, Pequim declarou ser contrária ao que considera uma ampliação exagerada do conceito de segurança nacional por parte de Washington.
Segundo o governo chinês, os EUA estariam "abusando das medidas de controle de exportação e bloqueando e reprimindo maliciosamente a China".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou nesta terça-feira que as ações dos EUA "violam seriamente as leis da economia de mercado e o princípio da concorrência justa; prejudicam a ordem econômica e comercial internacional; perturbam a estabilidade da produção e fornecimento globais; e, em última análise, afetam os interesses de todos os países".
Diante disso, o diplomata ressaltou que Pequim "tomará medidas resolutas para proteger firmemente os direitos e interesses legítimos" de suas empresas.
Novas sanções dos EUA
No dia 2 de dezembro, o Escritório de Indústria e Segurança (BIS, na sigla em inglês) do Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou um "pacote de regulamentações destinado a prejudicar ainda mais a capacidade da China de produzir semicondutores de nós avançados".
De acordo com o órgão norte-americano, esses semicondutores podem ser utilizados na próxima geração de sistemas avançados de armas, em inteligência artificial (IA) e em computação avançada, tecnologias que possuem aplicações militares importantes. Washington afirmou que essa é uma "medida proativa" para "impedir a capacidade da China de adquirir e produzir tecnologias necessárias para sua modernização militar".
O novo pacote de sanções inclui:
- 24 tipos de equipamentos de fabricação de semicondutores;
- 3 tipos de ferramentas de software para desenvolver ou produzir semicondutores;
- novos controles sobre memória de alta largura de banda;
- 140 empresas chinesas, incluindo: fábricas de semicondutores e empresas de investimento "envolvidas no avanço da modernização militar".
As sanções também introduzem "várias mudanças regulatórias críticas para melhorar a eficácia" dos controles previamente impostos pelos EUA.
"Os EUA tomaram medidas importantes para proteger nossa tecnologia e impedir que nossos adversários a utilizem de forma que ameace nossa segurança nacional", declarou Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca.
Sullivan destacou ainda que Washington continuará trabalhando com seus aliados para "proteger de forma proativa e agressiva" suas tecnologias e conhecimentos de ponta, de forma a evitar que sejam "usados para minar" a segurança dos Estados Unidos.