Partido socialista da Espanha é criticado após debates sobre direitos trans

"Para o PSOE, com muita frequência, as mulheres trans somos um obstáculo", queixou-se Elizabeth Duval, que integra a coalizão dos socialistas.

Durante o 41º Congresso do Partido Socialista, realizado no domingo na cidade de Sevilha, o Partido Socialista Operário Espanhol, do presidente de Governo Pedro Sánchez, aprovou uma emenda ao seu programa político excluindo mulheres trans* das competições esportivas femininas. As informações são da imprensa local.

A decisão foi apoiada por segmentos feministas contrários à lei trans. Eles consideram que a autodeterminação de gênero acabará prejudicando os direitos das mulheres, já que um homem poderia se definir como mulher e participar de competições femininas, tomando vantagem das características físicas derivadas de seu sexo biológico.

O partido político também concordou em excluir o 'Q+' da sigla LGBTIQ+, eliminando assim a referência ao termo 'queer', utilizado para designar orientações sexuais ou identidades de gênero diferentes de gays, lésbicas e transgêneros. O argumento é de que ele teria um "misógino, ultraliberal e antifeminista".

O movimento Sumar, aliado dos socialistas, criticou a medida. "A luta pelos direitos não pode deixar ninguém para trás. Não se luta contra a extrema direita com as ideias da extrema direita", manifestou a entidade na rede social X.

É importante insistir: não se trata de um conflito sobre colocar ou não uma letra, sobre siglas, sobre o "Q+". Trata-se de até onde um partido acredita que vão os direitos fundamentais de uma minoria. Para o PSOE, com muita frequência, as mulheres trans somos um obstáculo, afirmou Elizabeth Duval, secretária de comunicação de Sumar.

*O movimento internacional LGBT é classificado como uma organização extremista no território da Rússia e proibido no país.