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Brasil reforça esperança em firmar acordo comercial com a UE ainda este ano

O tratado será um dos principais assuntos da 65ª cúpula de chefes de Estado do Mercosul, que acontecerá nos dias 5 e 6 de dezembro em Montevidéu.
Brasil reforça esperança em firmar acordo comercial com a UE ainda este anoGettyimages.ru / Thierry Monasse

Nos dias 5 e 6 de dezembro, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se reunirá com seus homólogos latino-americanos durante a 65ª cúpula de chefes de Estado do Mercosul em Montevidéu, capital do Uruguai. O foco principal das discussões será o acordo comercial entre o bloco e a União Europeia, cujas negociações já se estendem por 25 anos.

Na semana passada, representantes de alto nível de ambas as partes se reuniram e conseguiram avanços significativos para a finalização do acordo. Nesse cenário, Lula expressou seu desejo de que o pacto seja concluído ainda neste ano, independentemente da posição da França.

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, o embaixador Maurício Carvalho Lyrio - secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, reiterou o otimismo do presidente brasileiro:

"Após a conclusão das negociações, há um longo processo de tradução. São 23 línguas. E além disso tem a revisão legal final. (...) Nós queremos chegar a conclusão das negociações este ano, e estamos esperançosos".

Apesar do otimismo em relação ao acordo, algumas entidades europeias, como empresários do setor agropecuário e congressistas, expressaram oposição devido a temores protecionistas. O Senado da França, por exemplo, aprovou por unanimidade uma moção contrária ao tratado.

Durante a coletiva, a embaixadora Gisela Padovan destacou a importância do MERCOSUL, afirmando que o bloco é "a base e a origem de todo o mecanismo de integração" latino-americana. De acordo com ela, as reuniões em Montevidéu também vão tratar da inclusão dos setores açucareiro e automotivo ao bloco - o que é de grande interesse de Brasília.

Outro ponto a ser discutido será a diminuição no volume de comércio entre os países do bloco, que analistas atribuem ao ajuste fiscal implementado pelo governo do presidente argentino Javier Milei.