'Não concordamos com uma invasão': Sheinbaum descarta operações militares dos EUA no México

A presidente mexicana foi questionada sobre notícias publicadas por mídias dos EUA de que o presidente eleito, Donald Trump, quer enviar militares sob o pretexto de considerar os cartéis como organizações terroristas.

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, descartou a possibilidade de que o México autorize operações militares dos EUA para combater o tráfico de drogas.

"É claro que não concordamos com uma invasão", disse a mandatária nesta segunda-feira em uma coletiva de imprensa, ao ser questionada sobre as notícias publicadas por mídias dos EUA, as quais revelavam que o presidente eleito, Donald Trump quer enviar o Exército sob o pretexto de considerar os cartéis como organizações terroristas.

Sheinbaum lembrou que o ex-presidente Andrés Manuel López impôs maiores controles sobre a presença de agências norte-americanas no país, e que essa é uma estratégia que manterá em vigor.

Uma jornalista perguntou diretamente à presidente se ela estaria disposta a negociar uma presença militar dos EUA, ao que respondeu enfaticamente que não, além de oferecer novos detalhes da conversa que teve com Trump durante a semana em que discutiram a questão da segurança.

"Conversamos sobre segurança. Ele me perguntou 'como podemos ajudá-lo'. É claro que, no devido tempo, falaremos sobre as armas que vêm dos Estados Unidos para o México, que é uma questão que estamos levantando há algum tempo", destacou.

A presidente também explicou a Trump que o México tem um gabinete de segurança muito competente, coordenado pelo secretário Omar García Harfuch.

"Eu até falei com ele sobre sua história, o ataque que sofreu, como tem uma história de grande profissionalismo na Secretaria de Segurança na cidade e agora em nível federal", acrescentou.

Além disso, complementa, ele lhe disse que seria muito importante que ambos os governos compartilhassem informações, e que houvesse trabalho de inteligência e investigação, mas sempre com base no respeito à soberania de ambos os países. "Ele concordou, disse que achava muito bom e que conversaríamos sobre isso no devido tempo", revelou.