
Trump reage após Biden conceder indulto ao próprio filho

Donald Trump reagiu à decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de conceder o indulto presidencial ao seu filho Hunter Biden, declarado culpado neste ano por crimes federais relacionados a armas e evasão fiscal.
"Será que o perdão concedido por Joe a Hunter inclui os reféns do J-6 [6 de janeiro], que já estão encarcerados há anos? Que abuso e erro de Justiça!", escreveu o presidente eleito dos EUA em sua plataforma, a Truth Social, na noite de domingo.
Trump faz alusão às pessoas que foram presas por acusações referentes ao ataque contra o Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Decisão de ''pai e presidente''
Horas antes, o presidente dos EUA, Joe Biden, concedeu um indulto presidencial garantindo ''perdão completo e incondicional'' ao seu filho, Hunter Biden.
Biden justificou a medida alegando que seu filho estava sendo processado de forma "seletiva e injusta" e tratado de maneira diferente de outros com crimes semelhantes. Ele afirmou que seus opositores no Congresso "instigaram" as acusações para atacá-lo e se opor à sua eleição.
''Espero que os americanos entendam por que um pai e um presidente tomaria essa decisão'', lê-se no comunicado oficial.

Hunter foi declarado culpado em junho deste ano em três acusações federais por crimes relacionados à posse ilegal de armas. De acordo com a decisão do júri, o filho do presidente, que possúi um histórico de vício, mentiu sobre não consumir drogas ao solicitar a compra de um revólver. Apenas nesse caso, ele poderia enfrentar até 25 anos de prisão e uma multa de até 250.000 dólares.
Em setembro, Hunter se declarou culpado em nove acusações em um caso de evasão fiscal no qual foi acusado de não ter pago pelo menos 1,4 milhão em impostos federais. O dinheiro foi gasto "em drogas, acompanhantes e namoradas, hotéis de luxo e propriedades para alugar, carros exóticos, roupas e outros itens de caráter pessoal, em resumo, tudo menos seus impostos", aponta a acusação.
"Não o indultarei"
Em meados de junho, Joe Biden havia prometido que não concederia o indulto ao seu filho. "Estou satisfeito porque não vou fazer nada: disse que respeitaria a decisão do júri. E eu farei. E não o indultarei", afirmou a jornalistas à época.
No entanto, a equipe jurídica do filho do atual presidente apontou recentemente, através de um relatório especial, que a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais poderia representar uma ''ameaça'' para Hunter Biden:
"A perspectiva de que Trump se vingue dos promotores do Conselho Especial caso eles não adotem uma linha mais dura contra Hunter certamente exerce uma pressão considerável sobre eles para que não desistam de seus esforços contra Hunter", lê-se no documento, divulgado no domingo. Argumenta-se ainda que o filho de Biden estaria na "lista de inimigos" do presidente eleito.