O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, viajou para a Flórida na sexta-feira para se encontrar com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, depois que ele ameaçou impor tarifas abrangentes sobre os produtos canadenses assim que assumir o cargo, informa a AP.
O líder canadense participou de um jantar na mansão de Trump em Mar-a-lago, em Palm Beach, de acordo com um funcionário não identificado familiarizado com o assunto, citado pela agência, que descreveu a reunião de três horas como "positiva e abrangente".
A fonte detalhou que a reunião discutiu comércio, segurança nas fronteiras e fentanil, bem como o conflito na Ucrânia, a OTAN e a China, entre outros assuntos. Trudeau é o primeiro líder do G7 a visitar o político republicano desde sua vitória na eleição presidencial.
Relações comerciais tensas
A reunião ocorre após Trump ter ameaçado, no início desta semana, impor tarifas de 25% sobre todos os produtos do Canadá, China e México, países que ele acusa de contrabandear drogas para os EUA.
O político republicano anunciou que a medida será aplicada até que as drogas, especialmente o fentanil, e todos os migrantes ilegais "parem com essa invasão" nos EUA, acrescentando que o México e o Canadá "têm o direito absoluto e o poder de resolver facilmente esse problema há muito adormecido". "Exigimos que eles usem esse poder e, até que o façam, é hora de pagarem um preço muito alto!", enfatizou.
Por sua vez, Trudeau afirmou na sexta-feira que trabalhará em conjunto com Trump para resolver a questão das tarifas. "É importante entender que Donald Trump, quando faz declarações como essa, planeja levá-las a cabo. Não há dúvida quanto a isso", disse o primeiro-ministro antes de viajar para os EUA.
No entanto, ele enfatizou que tal medida não seria ruim apenas para os canadenses, mas também para os norte-americanos, pois aumentaria os preços e prejudicaria a indústria e os negócios, além de poder destruir o Acordo EUA-México-Canadá-México (T-MEC), que foi assinado durante a primeira presidência de Trump.