
Maduro adverte o mundo árabe sobre a "diplomacia do engano" dos EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu o "mundo árabe" na sexta-feira sobre a "diplomacia do engano" praticada pelos Estados Unidos porque, em sua opinião, embora os EUA tentem aparecer como promotores de cessar-fogo e acordos de paz, "não estão interessados na paz em nenhum lugar do mundo".
"Eles montam mesas de negociação, as partes honestamente vêm às mesas e têm os mísseis prontos para matar o líder [Hassan] Nasrallah naquele dia infame em Beirute, quando Nasrallah estava prestes a se reunir com seu Estado-Maior e um general iraniano corajoso e heroico que trazia uma mensagem do aiatolá [Ali Khamenei] para assinar um acordo de paz que o governo dos EUA havia dito que estava pronto. Diplomacia do engano", declarou o presidente em seu discurso na Conferência Internacional de Solidariedade com a Palestina, que está sendo realizada esta semana em Caracas.

No entanto, afirmou, longe de fechar o acordo, o que aconteceu foi que "eles calcularam a chegada a uma residência onde concordariam em assinar o acordo de paz para lançar mísseis” contra Nasrallah "e assassiná-lo de maneira vil e criminosa", sem respeitar "a autoridade do líder", que geralmente prevalece em confrontos militares.
Embora Maduro tenha assegurado que a Venezuela saúda o "acordo de paz" assinado entre o Hezbollah e Israel, ele pediu ao mundo árabe que tenha "cuidado" porque o que aconteceu com Nasrallah pode se repetir.
"Atenção governantes e companheiros do mundo árabe: por todas as informações que estou recebendo e vendo [...], tenham cuidado com esse acordo de paz. Da Venezuela, celebramos o acordo de paz e parabenizamos o povo do Líbano, mas tenham cuidado, porque eles têm criminosos na frente deles que odeiam e querem exterminar os povos árabe e palestino para tirar suas terras e suas riquezas", explicou.
"Eles querem passar por toda a região"
Para reforçar seu argumento, ele comentou que, após o encerramento dessa negociação, houve uma escalada na Síria com "uma ofensiva de grupos terroristas e criminosos que não seriam aceitos em nenhum país da Europa ou dos EUA", sob a proteção de Washington e seus aliados no Oriente Médio, com o objetivo de "reconquistar a cidade de Aleppo e várias cidades sírias".
"Não se trata apenas de Gaza, não se trata apenas da Palestina: eles querem esmagar o povo árabe e assumir o poder político, a terra e a riqueza de todo o mundo árabe. Hoje é a Palestina, hoje é o Líbano, mas eles querem ir atrás da Síria, do Iraque, da Jordânia e de toda a região em seu projeto, que não hesitamos em descrever como colonialista", concluiu.
