Notícias

Bolsonaro aposta em ajuda de Trump para candidatura presidencial em 2026

Em uma entrevista ao WSJ, o ex-presidente sugere que, para ajudá-lo, a futura administração do presidente eleito dos EUA poderia aplicar sanções contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro aposta em ajuda de Trump para candidatura presidencial em 2026Gettyimages.ru / Pool

O ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, revelou em uma entrevista ao Wall Street Journal, publicada nesta sexta-feira, que planeja registrar sua candidatura para a disputa presidencial de 2026, mesmo que esteja declarado inelegível pela Justiça brasileira.

Bolsonaro sugeriu que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, poderia ajudá-lo impondo sanções econômicas contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele revelou que seu filho, Eduardo Bolsonaro, mantém contato próximo com a equipe da futura administração do republicano.

Ao justificar sua possível candidatura, o ex-presidente afirmou não ser "obcecado pelo poder", e que seria "cansativo" para sua idade. Ele complementa, porém, que, apesar de haver "pessoas mais inteligentes", ninguém teria sua "pele mais grossa" e "experiência".

"Trump voltou e é um sinal de que nós voltaremos também, teria dito Bolsonaro na entrevista, que revelou ter ficado acordado durante a noite eleitoral "torcendo pelo laranjão".

Possíveis sanções contra o governo Lula

O ex-mandatário, ao responder na entrevista sobre a natureza das sanções sugeridas impostas pelo futuro governo Trump, fez uma comparação com a Venezuela e o governo de Nicolás Maduro, relembrando as medidas adotadas pela Casa Branca contra o petróleo venezuelano.

Bolsonaro alega que Trump estaria "muito preocupado" com a Venezuela ao adotar as sanções econômicas e que teria discutido "maneiras para retornar à democracia".

Atritos da equipe de Trump com Moraes

O jornal norte-americano menciona ainda na publicação da entrevista embates de integrantes da nova equipe do presidente eleito dos EUA com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, citando esforços de integrantes da oposição brasileira junto à futura administração do republicano para retirar o visto do magistrado, relator do inquérito no qual Bolsonaro e aliados foram indiciados pela suposta participação em um esquema de golpe de Estado em 2022. Segundo o jornal, a medida seria vista favoravelmente pela equipe de Trump.

A reportagem informa que o governo Lula e um porta-voz de Alexandre de Moraes recusaram comentar a entrevista do ex-presidente, enquanto um porta-voz da equipe do futuro governo Trump não respondeu à solicitação do jornal para comentar.