
Kremlin se pronuncia sobre possível envio de 'forças de paz' ocidentais à Ucrânia

O envio de um contingente de manutenção da paz para a Ucrânia só é possível com o consentimento de todas as partes envolvidas no conflito, afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.

"Em qualquer conflito, o envio de forças de manutenção da paz só ocorre com a concordância das partes", declarou o porta-voz, comentando os relatórios do Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR) sobre os planos dos aliados ocidentais de Kiev de ocupar a Ucrânia sob o pretexto de envio de forças de manutenção da paz.
"É claro que, para chegar a um acordo, devemos abordar as causas fundamentais do conflito. Isso vai muito além das capacidades de uma missão de manutenção da paz", acrescentou.
De acordo com o SVR, países da OTAN já estão estabelecendo centros de treinamento na Ucrânia, com a expectativa de atrair pelo menos um milhão de ucranianos mobilizados.
Além disso, a inteligência russa alerta que, para atingir seus objetivos, o Ocidente precisará de "uma ocupação real da Ucrânia".
"Isso, é claro, será feito sob o pretexto de enviar um 'contingente de manutenção da paz' ao país", observou Peskov.
"Guerra por procuração" contra a Rússia
Por sua vez, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, reconheceu que o Ocidente está travando uma "guerra por procuração" contra a Rússia, lutando indiretamente contra Moscou.
"Estamos travando uma guerra por procuração, mas não estamos dando aos nossos procuradores a capacidade de fazer o trabalho. Durante anos, permitimos que lutassem com uma mão amarrada atrás das costas, e isso tem sido cruel", declarou Johnson na quinta-feira.
"Não acho que devamos enviar tropas de combate para confrontar os russos", afirmou.
"Mas acredito que, como parte da solução, como parte do objetivo final, será desejável ter forças de paz europeias multinacionais para proteger a fronteira e ajudar os ucranianos", completou, acrescentando, porém, que "não consigo imaginar que uma operação europeia desse tipo aconteça sem a participação dos britânicos".