
Boris Johnson admite 'guerra por procuração' contra Rússia

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, reconheceu que os países ocidentais estão travando uma guerra por procuração com a Rússia, combatendo Moscou por meio de intermediários.
A guerra "por procuração" é um conflito armado no qual dois países utilizam terceiros como intermediários ou substitutos, evitando o confronto direto entre si.
"Estamos travando uma guerra por procuração, mas não estamos dando aos nossos procuradores [Ucrânia] a capacidade de fazer o trabalho. Durante anos, permitimos que eles lutassem com uma mão amarrada atrás das costas e isso tem sido cruel", disse Johnson ao The Daily Telegraph na quinta-feira.
Johnson afirmou que Londres é "moralmente responsável" pela Ucrânia, devido à sua participação na assinatura do Memorando de Budapeste em 1994, que levou a Ucrânia a renunciar às armas nucleares.

Segundo o ex-primeiro-ministro, naquela época, o Reino Unido e os Estados Unidos "privaram os ucranianos das armas nucleares" que poderiam ser usadas contra seus adversários no presente.
Ele acrescentou que não via como uma boa ideia envolver diretamente os soldados britânicos no conflito ucraniano, mas acreditava que forças de paz europeias deveriam assumir uma missão específica.
"Não acho que devemos enviar tropas de combate para enfrentar os russos", afirmou. "Mas acho que, como parte da solução, como parte do objetivo final, será desejável ter forças de paz multinacionais europeias guardando a fronteira e ajudando os ucranianos", explicou, destacando ainda que "não consegue imaginar que tal operação europeia possa ocorrer sem os britânicos".
