UNESCO: bombardeios israelenses contra Gaza e Líbano ameaçam patrimônios culturais da humanidade

A organização alerta que atacar locais de património cultural em Gaza e no Líbano pode ser considerado um "crime de guerra".

Os bombardeios israelenses causaram danos a dezenas de locais culturais de grande importância histórica, principalmente na Faixa de Gaza.

No Líbano, vários sítios classificados como Patrimônio da Humanidade estão em risco devido a ataques nas suas proximidades, informou Krista Pikkat, diretora da Entidade de Cultura e Emergência da UNESCO.

"Se alguém atacar deliberadamente os locais do Patrimônio da Humanidade, esse ato pode ser considerado um crime de guerra", afirmou Pikkat, segundo a Agência Anadolu, ao se referir aos locais protegidos pela ONU conforme a lei internacional.

Ela explicou que o Líbano notificou a UNESCO sobre 34 bens culturais que estão potencialmente ameaçados devido ao conflito regional em curso, após ataques próximos a esses sítios. Entre eles estão as fundações arqueológicas das antigas cidades de Baalbek e Tiro.

A UNESCO colocou provisoriamente os 34 sítios históricos libaneses na lista internacional de proteção reforçada da Convenção de Haia de 1954, com o objetivo de restringir as hostilidades militares e garantir maior proteção.

Por outro lado, 69 sítios culturais na Faixa de Gaza foram afetados pela ofensiva israelense, incluindo 43 edifícios históricos, sete sítios arqueológicos, seis monumentos e um museu.

Embora Gaza não tenha locais oficialmente classificados como Patrimônio da Humanidade, um sítio da região foi incluído na lista de proteção da UNESCO.

Pikkat destacou que a Convenção de Haia é um documento de proteção que obriga as partes envolvidas em um conflito a respeitar e evitar atacar os locais que fazem parte do patrimônio cultural da humanidade.

A UNESCO também compartilhou as coordenadas desses locais com as autoridades responsáveis e forneceu orientações para preservar a integridade do patrimônio histórico.