
Venezuela reage ao novo pacote de sanções dos EUA

O governo da Venezuela rejeitou "nos termos mais fortes" a inclusão de 21 funcionários, incluindo quatro ministros, membros do alto comando militar e da Assembleia Nacional, em uma lista de pessoas sancionadas pelo "governo cessante dos EUA", conforme comunicado publicado pelo chanceler Yván Gil no Telegram.

Caracas classificou a medida como um ataque contra "um grupo de patriotas que se dedicaram a salvaguardar a paz, a estabilidade, a recuperação econômica e a unidade nacional diante da violência fascista planejada, financiada e promovida por Washington, contra a vontade democrática do povo venezuelano".
O governo venezuelano argumentou ainda que "essas medidas não promovem a democracia na Venezuela, mas buscam dar um último suspiro a um grupo fascista disperso e desacreditado, sem raízes no povo venezuelano, para prolongar sua fracassada política de mudança de regime".
Também advertiu que, apesar das "constantes agressões impunes", a Venezuela não será derrotada e avançará "rumo à consolidação da paz e da estabilidade política".
"Se não fosse tão sério, eu diria que é risível"
O presidente Nicolás Maduro também reiterou o repúdio de sua administração à decisão do governo dos Estados Unidos.
"Dei a ordem para a criação, nos próximos dias, de uma alta condecoração da República que levará o nome de 'Victoria de Ayacucho' [...] e colocarei a condecoração que estou criando [...] em cada um desses homens, desses seres que foram atacados hoje", anunciou.
E acrescentou: "Se a questão da agressão por meio das chamadas sanções não fosse tão séria, eu diria que é risível, que é ridícula. Eu me atreveria a dizer que eles são ridículos e que nós rimos de suas sanções, mas não vou fazer isso."
Punições infundadas
Como justificativa para as sanções, foi alegado que os 21 funcionários apoiaram e executaram "as ordens de Maduro de reprimir a sociedade civil" e desconsideraram "a vontade da esmagadora maioria dos eleitores venezuelanos que elegeram Edmundo González Urrutia como seu próximo presidente".
Segundo a Promotoria venezuelana, nos dias 29, 30 e 31 de julho, 28 pessoas foram mortas por grupos violentos financiados e organizados pelo setor de oposição da qual faz parte González Urrutia, que, até o momento, nunca apresentou provas da vitória que reivindica.
Em contrapartida, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ratificou a vitória de Maduro com 51,2% dos votos, após uma perícia técnica.