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Quem é o enviado especial de Trump para a Ucrânia?

Veterano da Guerra do Vietnã, Keith Kellogg será encarregado de pôr fim ao conflito ucraniano, uma das promessas de campanha de Trump.
Quem é o enviado especial de Trump para a Ucrânia?Carolyn Kaster

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira a nomeação do general da reserva Keith Kellogg como enviado especial para a Ucrânia e a Rússia, além de assistente presidencial.

"Keith teve uma carreira militar e empresarial notável, incluindo atuações em funções muito sensíveis de segurança nacional durante meu primeiro governo. Ele está comigo desde o início. Juntos, garantiremos a paz por meio da força e tornaremos os Estados Unidos e o mundo seguros novamente", declarou Trump em sua conta na rede social Truth Social.

O que se sabe sobre Kellogg?

Kellogg integrou o gabinete de Trump em seu mandato anterior, onde atuou como chefe de gabinete do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca e conselheiro de segurança nacional do então vice-presidente Mike Pence. No novo cargo, criado pelo presidente eleito, Kellogg será responsável por buscar o fim do conflito na Ucrânia, uma das principais promessas de campanha de Trump.

Veterano da Guerra do Vietnã, Kellogg serviu no Exército dos Estados Unidos e liderou a equipe da 82ª Divisão Aerotransportada durante a Guerra do Golfo (1990-1991). Após a invasão americana ao Iraque, em 2003, foi nomeado diretor de operações da autoridade de ocupação em Bagdá.

Qual é o seu plano para o conflito ucraniano?

O general é um defensor da política "America First" e apoia negociações diretas entre Rússia e Ucrânia para encerrar o conflito.

Em um artigo escrito em abril, intitulado "America First, Russia and Ukraine" (América em primeiro lugar, Rússia e Ucrânia), em coautoria com Fred Fleitz, Kellogg apresentou sua visão sobre a política dos Estados Unidos em relação à guerra.

Ele defende que os EUA condicionem o envio de ajuda militar e garantias de segurança à Ucrânia à participação de Kiev em negociações de paz com Moscou.

Para Kellogg, a adesão da Ucrânia à OTAN também deve ser adiada por um longo período. Em sua visão, já é tarde demais para garantir que Kiev consiga "evitar as consequências" do conflito e sair vitoriosa.

Kellogg também compartilha a ideia de Trump de que a prioridade deve ser salvar vidas. "O governo e o povo ucranianos terão dificuldade em aceitar uma paz negociada que não devolva todo o seu território. Mas, como Donald Trump disse no programa Town Hall, da CNN, em 2023: 'Quero que todos parem de morrer'", afirmou no artigo.