O chefe do comitê militar da OTAN, Rob Bauer, afirmou na segunda-feira que o bloco deveria responder com um ataque em caso de agressão russa à Aliança.
"A ideia é que somos uma aliança defensiva, então vamos nos sentar e esperar até sermos atacados. E, quando formos atacados, poderemos atirar as flechas que vierem em nossa direção. Mas é mais inteligente não apenas fazer isso, mas também atacar o arqueiro que está na Rússia, se a Rússia nos atacar", disse Bauer.
"É claro que, por sermos uma aliança defensiva, não temos que fazer o primeiro ataque", continuou ele.
OTAN anuncia suas "reais intenções"
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, comentou as declarações do oficial de alto escalão da OTAN.
"Outro dia, o chefe do Comitê Militar da OTAN, Sr. Bauer, declarou sem rodeios que, para cumprir os objetivos de proteção e defesa dos Estados membros da Aliança do Atlântico Norte, é necessário atacar preventivamente os alvos da Federação Russa que, na opinião da OTAN, possam representar uma ameaça aos Estados membros. Acho que não há mais nada a comentar aqui, eles abandonaram a ética e estão anunciando publicamente suas verdadeiras intenções", disse Lavrov.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, afirmou que os representantes da Aliança "aparentemente não terminaram de ler a doutrina nuclear atualizada da Rússia", segundo a RIA Novosti.
Rússia descarta planos de ataque à OTAN
No entanto, Moscou tem enfatizado repetidamente que não tem planos de atacar o bloco.
Em maio, Zakharova acusou os membros da OTAN de estarem "preparando-se seriamente para um 'potencial conflito'" com a Rússia, acrescentando que os principais comandantes do bloco dizem isso abertamente.
Enquanto isso, o presidente russo Vladimir Putin chamou de "absurdo completo" a especulação de que a Rússia está planejando atacar a Europa: "Já falei sobre isso muitas vezes [...]. Todos nós entendemos que isso é um absurdo absoluto", afirmou Putin.
Rússia atualiza sua doutrina nuclear
Na semana passada, o presidente russo ratificou a doutrina nuclear atualizada da Rússia.
As condições que determinam a possibilidade do uso de armas nucleares por parte da Rússia são as seguintes:
- Obtenção de informações confiáveis sobre o lançamento de mísseis balísticos contra o território da Federação Russa e/ou de seus aliados.
- O uso de armas nucleares ou outros tipos de armas de destruição em massa por um inimigo contra o território da Rússia e/ou de seus aliados, contra formações militares russas e/ou instalações russas localizadas fora de seu território.
- Um ataque inimigo contra instalações estatais ou militares críticas da Rússia, cuja desativação interromperia a resposta das forças nucleares.
- Agressão contra a Rússia e/ou Belarus com o uso de armas convencionais que crie uma ameaça crítica à sua soberania e/ou integridade territorial.
- Recebimento de informações confiáveis sobre um lançamento maciço de meios de ataque aeroespacial (aeronaves estratégicas e táticas, mísseis de cruzeiro, veículos aéreos não tripulados, aeronaves hipersônicas e outras) que cruzem a fronteira estatal da Federação Russa.