
Merkel: Ocidente e Ucrânia precisarão dialogar com a Rússia

A Ucrânia e seus aliados ocidentais precisarão entrar em negociações com a Rússia para resolver o conflito ucraniano, disse a ex-chanceler alemã Angela Merkel.
Em uma entrevista exclusiva ao The Times, Merkel disse que a independência ucraniana é o objetivo comum e que, nesse sentido, ela apoia o que o atual governo alemão e a União Europeia estão fazendo.
"Mas acho que em um determinado momento, e as pessoas responsáveis devem determinar quando, precisaremos de conversas. Não haverá uma solução que seja apenas militar", disse a mulher que comandou o governo alemão de 2005 a 2021.

Moscou tem afirmado repetidamente que uma derrota russa no campo de batalha não é de forma alguma possível, e que portanto, uma solução negociada deve ser buscada.
O Kremlin insiste que Kiev renuncie às suas ambições de ingressar na OTAN, retire completamente suas tropas das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e das províncias de Zaporozhie e Kherson (incorporadas à Rússia após consultas populares em 2022) e reconheça esses territórios, bem como a Crimeia e Sevastopol, como parte da Federação Russa. Além disso, a neutralidade, o não alinhamento, a desmilitarização e a desnazificação da Ucrânia devem ser garantidos.
Merkel também falou sobre o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que prometeu repetidamente resolver o conflito em 24 horas se voltasse à Casa Branca, aconselhando os políticos de hoje a serem "autênticos" ao expressar seus pensamentos e "também ouvir seus argumentos".
Embora sua impressão sobre o encontro com Trump em 2017 tenha sido de que ele não era a pessoa "para cooperar em um mundo interconectado", ela concorda com ele em uma questão: "Ele disse que nossos gastos com defesa não eram suficientes", revela.

