Não existiam situações análogas à atual escalada do conflito ucraniano, afirmou neste domingo o porta-voz oficial do Kremlin, Dmitry Peskov, em uma entrevista ao jornalista Pavel Zarubin.
"É realmente sem precedentes", disse Peskov quando perguntado se a situação entre Moscou e Kiev poderia ser comparada à crise dos mísseis de Cuba de 1962.
De acordo com o porta-voz, "o Ocidente coletivo, liderado pelos Estados Unidos, mostra que está pronto para fazer qualquer coisa para suprimir a Rússia e infligir-lhe uma derrota estratégica". "Portanto, esses sinais de alerta, no sentido de 'nem pense nisso', ou seja, o ataque lançado com nosso novo míssil [Oréshnik], são muito oportunos. Eles foram necessários e eficazes".
Em seguida, o porta-voz observou que o presidente Vladimir Putin deu instruções para preparar mudanças e adaptar a doutrina nuclear russa de acordo com "as condições do atual confronto provocado pelos países ocidentais".
Peskov acrescentou ainda que é necessário "responder à escalada sem precedentes", que é provocada principalmente pelo governo Biden, que está em seu segmento final. "Isso tem que ser feito constantemente, porque eles estão dando passos cada vez mais imprudentes e avançando, provocando tensões em torno do conflito ucraniano".
- O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou, em uma mensagem televisionada na quinta-feira, que as forças armadas de seu país haviam testado "um dos mais novos sistemas de mísseis de alcance intermediário da Rússia", em referência ao Oreshnik.
- De acordo com Putin, nenhum dos sistemas antimísseis existentes consegue interceptar mísseis como o Oreshnik, capazes de atacar alvos a uma velocidade de Mach 10 - equivalente a quase três quilômetros por segundo.
- Após o anúncio, especialistas militares começaram a especular sobre o poder da nova arma, chamando-a de "invulnerável".