As instituições da Venezuela tomarão medidas contra os cidadãos que apoiarem o projeto de lei aprovado na segunda-feira pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, que usa o nome de Simón Bolívar como acrônimo, disse no sábado o presidente do país latino-americano, Nicolas Maduro, chamando o documento de "fascista".
"A pessoa que pede, do território nacional, que essa lei seja aprovada, aquela pessoa venezuelana que promove, que apoia a aprovação dessa lei e que pede sanções criminais e guerra econômica contra a Venezuela viola flagrantemente a Constituição e as leis da república", disse Maduro, acrescentando que o Estado e as instituições de seu país "são obrigados a agir em nome da justiça e da soberania republicana".
As declarações do líder venezuelano foram realizadas durante a cerimônia de encerramento do Congresso Mundial de Jovens e Estudantes Antifascistas.
A medida viola "absolutamente todas as normas do direito internacional" de maneira"vulgar e flagrante", denunciou Maduro. "É uma lei de guerra econômica contra o povo da Venezuela e eles tentaram qualificá-la com o nome de nosso libertador Simón Bolívar", criticou.
"Que infâmia, que lixo! A lei do lixo. E eles pretendem normalizar o fato de que o Congresso dos EUA pode aprovar leis contra países soberanos. Para colonizar o mundo inteiro. E nós deveríamos aplaudir", afirmou. Nesse sentido, Maduro instou as autoridades públicas a agir imediatamente para preservar a paz e a integridade do país.
O que diz o projeto de lei dos EUA?
O presidente fez as declarações um dia depois que o Ministério Público anunciou que havia iniciado uma investigação contra a líder da oposição María Corina Machado, por causa de seu apoio ao projeto de lei que prevê a imposição de mais sanções econômicas e financeiras contra a Venezuela.
A iniciativa, promovida pelos congressistas Mike Waltz e Debbie Wasserman Schultz, proíbe o governo dos EUA de contratar "qualquer pessoa que tenha operações comerciais" com o governo venezuelano. Na terça-feira, Caracas rejeitou a aprovação da medida e o uso do nome de Simón Bolívar, que "dedicou sua vida a derrotar o imperialismo e o colonialismo".