Os Estados Unidos deveriam cortar o fornecimento de armas a Israel para que menos civis morram na guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, sugeriu o alto representante da União Europeia para Assuntos Externos e Política de Segurança, Josep Borrell, informa Reuters.
Após uma reunião informal com os ministros do Desenvolvimento da UE em Bruxelas na segunda-feira, o chefe da diplomacia europeia lembrou os comentários feitos pelo presidente dos EUA, Joe Biden, na semana passada, em que chamou as operações militares de Israel na Faixa de Gaza de "excessivas", bem como a preocupação de altos funcionários ocidentais com o grande número de civis palestinos mortos.
Nas declarações aos repórteres, Borrell comentou que "se alguém pensa que muitas pessoas estão sendo assassinadas, talvez devessem fornecer menos armas para evitar que tantas pessoas sejam mortas".
Os EUA são o maior fornecedor do Israel, fornecendo 3,8 bilhões de dólares por ano em assistência militar, incluindo caças e bombas de grande potência.
Borrell lembrou que um tribunal holandês ordenou na segunda-feira que o Governo suspendesse todas as exportações de peças suplentes de caças F-35 para Israel, devido à preocupação de que pudessem fazer parte das violações do direito internacional na guerra de Gaza.
O alto funcionário também criticou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por não prestar atenção aos apelos internacionais para fazer todo o possível para proteger os civis. "Netanyahu não ouve ninguém", disse.
Além disso, questionou as sugestões de Netanyahu para evacuar os civis de Rafah, considerada o último refúgio para eles no sul do enclave.