Bolsonaro é formalmente indiciado por tentativa de golpe de Estado
Nesta quinta-feira, a Polícia Federal (PF) do Brasil acusou formalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro por seu suposto envolvimento em uma tentativa de golpe contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Trata-se do terceiro indiciamento do ex-mandatário, que também é acusado de associação criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação de bens públicos e inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde.
Além do ex-presidente, os generais Walter Braga Netto, ex-companheiro de chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, também foram acusados pelo tribunal nesta quinta, informou o g1.
Alexandre Ramagem, ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência, e Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), também foram acusados.
Base da acusação
Segundo um comunicado da PF, as investigações demonstraram que os investigados se estruturaram por meio de uma divisão de tarefas, o que possibilitou individualizar comportamentos e comprovar a existência" de seis grupos para impedir a posse de Lula.
Os grupos incluíam um centro de "desinformação e ataques ao sistema eleitoral", uma "unidade encarregada de incitar militares a participarem de golpes, um centro jurídico, um centro de apoio a ações golpistas, um centro de inteligência paralelo e um centro operacional para a implementação de medidas coercitivas.
Kids pretos
Nesta semana, a polícia desarticulou uma organização criminosa composta por oficiais militares de elite e um policial conhecido como "Kids Pretos". Eles são acusados de planejar o assassinato do presidente Lula em 2022, buscando impedir que ele assumisse o cargo.
Além do ex-presidente, espera-se que dezenas de pessoas sejam acusadas, incluindo policiais, generais e deputados e outras figuras políticas, informou a CBN.
De acordo com o g1, a PF deve concluir seu primeiro relatório sobre a investigação dos planos de golpe e enviá-lo ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, por sua vez, encaminhará o caso ao promotor Paulo Gonet.