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Israel vai negar vistos a funcionários da ONU

Ministro Eli Cohen atrelou a decisão à "hipocrisia" da entidade.
Israel vai negar vistos a funcionários da ONUGettyimages.ru / David Dee Delgado

 

Israel anunciou, através de uma postagem feita na segunda-feira (25/12) por Eli Cohen, seu ministro das Relações Exteriores, que não vai renovar o visto de um funcionário da ONU trabalhando no país. O ministro comunicou ainda que o pedido de visto feito por um outro funcionário da instituição será rejeitado.

Justificando a decisão, o ministro afirmou que a conduta da entidade desde o dia 7 de outubro é uma “vergonha” para a comunidade internacional. Para ele, o secretário-geral da ONU, António Guterres, legitima crimes de guerra e crimes contra a humanidade. 

Cohen criticou ainda a postura do comissário dos Direitos Humanos da ONU, que estaria veiculando mentiras, e da organização ONU Mulheres, acusada de omissão diante dos “estupros cometidos contra mulheres israelitas”.

O anúncio de ontem se dá depois de uma série de embates entre Israel e a ONU. Ao longo dos últimos meses, embaixadores e diplomatas do país vêm acusando a organização, crítica da maneira que os israelenses vêm conduzindo a guerra, de agir de maneira imparcial, conforme apuração do Al Jazeera.

Em 25 de outubro, por exemplo, Gilad Erdgan, embaixador israelense para a ONU, já havia anunciado restrições à emissão de vistos para funcionários da organização depois de António Guterres ter alegado que palestinos “foram submetidos à ocupação sufocante por 56 anos” e criticado o governo de Netanyahu por ordenar a evacuação de civis.

No início do mês de dezembro, Eli Cohen também comunicou a revogação do visto de permanência da coordenadora humanitária da ONU para Israel, alegando que por não ter condenado o “massacre brutal do Hamas”, ela é uma pessoa que "não deve servir à ONU e não deve entrar em Israel.