Brasil e China têm a obrigação de representar os interesses dos países do Sul Global - Xi Jinping
Em uma declaração à imprensa concedida nesta quarta-feira, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, o presidente chinês, Xi Jinping, anunciou que sua visita ao Brasil trouxe uma série de avanços, a incluir a elevação das relações bilaterais sino-brasileiras.
Um dos marcos alcançados durante o encontro foi o "estabelecimento de sinergias entre a iniciativa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento do Brasil", declarou o presidente chinês. Nesse contexto, um total de 37 acordos em áreas como energia, esportes, saúde, educação e cultura foram assinados.
Apesar dos avanços, Brasília optou por não vincular-se formalmente ao megaprojeto de Pequim. Anteriormente, a imprensa brasileira havia atribuído a decisão à eleição de Donald Trump e às preocupações de Lula, que teme potenciais rusgas nas relações com Washington.
Xi Jinping defendeu ainda que o Brasil e a China devem fortalecer sua colaboração em organizações como as Nações Unidas, visando alcançar reformas capazes de reformar a governança global:
"Sendo os dois maiores países em desenvolvimento em seu respectivo hemisfério, China e Brasil deverão assumir proativamente a grande responsabilidade histórica de salvaguardar os interesses comuns dos países do Sul Global e de promover uma ordem global mais justa e equitativa".
"O mundo está longe de ser tranquilo"
Ao longo de seu discurso, o presidente da China também mencionou os conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
Em relação ao conflito ucraniano, Xi defendeu os esforços conjuntos de Brasil e Pequim pela paz. "Devemos reunir mais vozes que advogam a paz e buscam viabilizar uma solução política para a crise", afirmou.
Já em relação à catástrofe em Gaza, o mandatário observou para a situação de deterioração na região, assolada por doenças e pelo crescente risco de uma guerra em grande escala. "Estamos profundamente preocupados, e a comunidade internacional precisa demonstrar um empenho maior".
"Apelamos para um cessar-fogo imediato, garantia da assistência humanitária e a implementação da política de dois Estados, além de esforços incessantes para uma solução abrangente e duradoura para a crise palestina", enfatizou.