EUA enviarão minas terrestres controversas à Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, decidiu enviar minas terrestres antipessoal para a Ucrânia, informaram diversas mídias na terça-feira, com base em fontes anônimas de autoridades americanas que confirmaram a decisão.
Segundo informações repassadas ao Washington Post, as armas serão usadas exclusivamente em áreas que os EUA reconhecem como território ucraniano e são do tipo "não persistente", ou seja, tornam-se inativas semanas após serem implantadas, reduzindo os riscos a longo prazo.
De acordo com fontes governamentais, a Casa Branca acredita que essas armas ajudarão Kiev a conter o avanço das forças russas. A decisão foi tomada dias após Biden supostamente autorizar o uso de mísseis ATACMS de longo alcance contra alvos em território russo, uma mudança de postura que o governo ainda não confirmou oficialmente.
Arma proibida
O uso de minas terrestres antipessoal é altamente controverso. O Tratado de Ottawa proíbe esse tipo de armamento, embora nem os EUA nem a Rússia estejam entre os 164 países que o ratificaram. No entanto, a Ucrânia ratificou o tratado em 2005 e já foi acusada várias vezes pela ONU de violar suas obrigações.
Anteriormente, os EUA forneceram à Ucrânia minas Claymore, projetadas para ferir ou matar tropas. Diferentemente das minas terrestres tradicionais, elas são colocadas acima do solo e podem ser detonadas remotamente.
Washington também enviou bombas de fragmentação, incluindo foguetes e projéteis de artilharia, armamentos proibidos por muitos aliados devido aos riscos de longo prazo que representam para civis.
Na segunda-feira, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, pediu a Kiev que reforçasse as linhas de frente com mais tropas, alegando que o fracasso em conter os avanços russos se deve à escassez de pessoal, e não de armamento.