O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, comentou nesta terça-feira sobre a recente eleição presidencial na Venezuela, vencida por Nicolás Maduro, afirmando que o ex-candidato da oposição Edmundo González, atualmente residindo na Espanha, é o "presidente eleito" do país sul-americano.
"O povo venezuelano fez uma declaração contundente em 28 de julho, nomeando Edmundo González como presidente eleito. A democracia exige respeito pela vontade dos eleitores", escreveu Blinken em sua conta na plataforma X.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, afirmou em seu canal no Telegram que Blinken é um "inimigo confesso da Venezuela", insistindo em reeditar o "Plano Guaidó", em referência ao ex-deputado Juan Guaidó, que em 2019 se autoproclamou presidente na tentativa de criar um Estado paralelo, mas acabou fugindo para os EUA após o fracasso.
"O único lugar de onde não se volta é o ridículo", disse Gil, citando um ditado popular ao criticar a postura de Blinken. O chanceler venezuelano acrescentou que o plano sedicioso que Washington tenta impor na Venezuela é "apoiado por fascistas e terroristas subordinados à política norte-americana".
"Nos últimos dias de seu governo, Blinken deveria refletir sobre seus fracassos, abandonar seus complexos imperiais e coloniais e escrever as memórias de como a Revolução Bolivariana o fez morder o pó da derrota, assim como seus antecessores", sugeriu Gil.
Gil concluiu dizendo que Blinken se tornará "apenas mais um secretário de Estado que caiu, junto com seus fantoches, ao tentar reverter a democracia venezuelana".
Procurado pela Interpol
No início de novembro, o Ministério Público da Venezuela solicitou à Interpol a emissão de um alerta vermelho para a prisão do ex-candidato Edmundo González Urrutia, que fugiu para a Espanha após alegar fraude nas últimas eleições presidenciais, em que Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato.
O pedido, assinado pelo promotor Tarek William Saab e datado de 24 de outubro de 2024, foi divulgado na plataforma X por González, aliado de María Corina Machado, que afirmou que esse "novo e sistemático ataque" é consequência de seu "trabalho no exterior".
Segundo o documento, González é alvo de um mandado de prisão emitido pelas autoridades venezuelanas, estando sob investigação por uma série de supostos crimes previstos no Código Penal, na Lei Especial contra Crimes Informáticos e na Lei Orgânica contra o Crime Organizado e o Financiamento do Terrorismo.