Casal que imitou macaco em roda de samba no Rio é indiciado por racismo
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância indiciou por racismo o professor Thiago Martins Maranhão e a argentina Carolina de Palma, filmados andando em círculos e fazendo gestos de coçar a cabeça, imitando macacos durante uma roda de samba no Centro do Rio de Janeiro.
As informações foram divulgadas pelo g1 nesta terça-feira.
"Concluímos que houve uma discriminação racial no evento. A dança imitando macaco remete a todo um racismo histórico, uma comparação que é feita entre animais e pessoas negras, com o objetivo de desumanizá-las", afirmou a delegada Rita Salim, citada pela reportagem.
Segundo o artigo, Thiago estava no Rio de Janeiro para participar de um fórum dedicado à educação musical. Em depoimento, ele mencionou que tanto ele quanto Carolina fizeram imitações de diversos animais, incluindo "caranguejos, pássaros, elefantes e macacos, além de uma árvore".
A delegada ressaltou que tais ações, como imitar macaco, não são permitidas "nem em tom de brincadeira".
"Racismo recreativo é punido pela lei, é considerado crime e não é admitido", afirmou, acrescentando que a "liberdade de expressão encontra limite no direito do outro e, no caso, feriu a dignidade da pessoa humana".
A investigação foi encaminhada ao Ministério Público do Rio de Janeiro, onde a pena estipulada para o crime em questão varia de 3 a 5 anos de prisão.