Índia e China discutem retomada de voos diretos
Os ministros das Relações Exteriores Subrahmanyam Jaishankar, da Índia; e Wang Yi, da China, discutiram na terça-feira a retomada de voos diretos entre os dois países e outras medidas para impulsionar o comércio, o turismo e fortalecer as relações bilaterais, recentemente melhoradas.
A conversa ocorreu durante um encontro entre os chanceleres às margens da cúpula do G20 no Brasil, pouco tempo após os dois países asiáticos concordarem em resolver uma longa disputa fronteiriça.
Os ministros destacaram que a retirada de tropas ao longo da Linha de Controle Real (LAC) "contribuiu para a manutenção da paz e da tranquilidade".
Passos juntos
As discussões focaram em medidas para fortalecer as relações entre Índia e China, de acordo com o comunicado divulgado pela chancelaria indiana.
Entre as ações debatidas estão a retomada da peregrinação ao Lago Mansarovar e ao Monte Kailash, no Tibete, locais sagrados para as religiões hindu, jainista e budista; o compartilhamento de dados sobre rios transfronteiriços; o intercâmbio de mídia; e a retomada de voos diretos entre os dois países.
Wang destacou que as conversas bem-sucedidas entre o presidente chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, durante a cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia, no mês passado, e o "reinício" das relações bilaterais estão alinhados com os "interesses fundamentais de ambos os povos, as expectativas dos países do Sul Global e a direção certa da história", segundo a agência de notícias chinesa Xinhua.
- Os voos diretos entre Índia e China, assim como as peregrinações, foram suspensos em 2020 devido à pandemia de Covid-19 e não foram retomados, apesar do fim das restrições. Além disso, naquele ano, as relações foram abaladas por conflitos entre tropas na região de fronteira disputada.
- A redução das tensões foi anunciada na véspera da cúpula do BRICS, após mais de 30 rodadas de negociações militares e diplomáticas. A decisão foi tomada após a primeira conversa bilateral entre Xi Jinping e Narendra Modi desde 2019.