Alemanha ameaça China com sanções por suposta cooperação militar com a Rússia

Em resposta, o gigante asiático negou as acusações, afirmando que nunca exportou armamento letal para nenhuma das partes do conflito.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, ameaçou Pequim com sanções durante uma reunião em Bruxelas com os principais diplomatas da União Europeia, informou o South China Morning Post nesta segunda-feira.

A declaração foi feita em meio a supostas informações das agências de inteligência europeias sobre uma eventual cooperação entre a China e a Rússia na produção de drones militares.

Antes da reunião, um funcionário de alto escalão da UE, que pediu anonimato, indicou que os "relatórios de fontes de inteligência" apontavam para a existência de uma fábrica na China produzindo drones para a Rússia. No entanto, a fonte admitiu que não havia evidências claras de cooperação militar direta entre os dois países.

Por sua vez, Baerbock afirmou aos repórteres que o bloco tomaria medidas caso a alegada cooperação fosse confirmada.

"Estamos introduzindo mais sanções contra o Irã e também estamos deixando isso claro em relação à ajuda chinesa com drones, porque isso também deve e terá consequências", disse Baerbock, sem fornecer mais detalhes.

Resposta da China

A China rejeitou as acusações, classificando-as como "especulação infundada e difamação", e insistiu que "lida com a exportação de produtos militares de maneira prudente e responsável".

"Nunca fornecemos armas letais a nenhuma das partes do conflito e controlamos rigorosamente a exportação de drones militares e de uso duplo de acordo com as leis e regulamentos", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian.

O porta-voz também ressaltou que a China sempre manteve uma posição "objetiva e justa" em relação à crise ucraniana, promovendo "ativamente" o diálogo pacífico entre os dois lados do conflito.