Revolta no Ocidente após Trump dizer que a OTAN não defenderia aqueles que não pagam suas quotas
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Altos funcionários da OTAN, da União Europeia e de vários países, incluindo os Estados Unidos, rejeitaram as declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou que, durante seu mandato, havia dito aos países da Aliança que Washington não os protegeria de ataques se não cumprissem suas obrigações financeiras.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, declarou, citado por mídias, que a Aliança "continua a estar preparada e é capaz de defender todos os aliados". "Qualquer ataque contra a OTAN será respondido com uma resposta unida e forte", reiterou, enfatizando que "qualquer sugestão de que os aliados não se defenderão mutuamente prejudica toda a nossa segurança, inclusive a dos Estados Unidos, e coloca os soldados norte-americanos e europeus em maior risco". Nesse contexto, expressou a esperança de que, "independentemente de quem vencer as eleições presidenciais, os EUA continuarão sendo um aliado forte e comprometido da OTAN".
Enquanto isso, o porta-voz adjunto da Casa Branca, Andrew Bates, declarou que "incentivar as invasões de nossos aliados mais próximos por regimes assassinos é aterrorizante e desequilibrado, e coloca em risco a segurança nacional norte-americana, a estabilidade global e nossa economia interna".
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"A Aliança Transatlântica tem sustentado a segurança e a prosperidade de norte-americanos, canadenses e europeus há 75 anos", declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, argumentando que "declarações imprudentes sobre a segurança e a solidariedade da OTAN", de acordo com o Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte sobre defesa coletiva, "servem apenas aos interesses de Putin".
"Não trazem mais segurança nem paz para o mundo. Pelo contrário, reafirmam a necessidade de que a UE continuasse desenvolvendo urgentemente sua autonomia estratégica e invista em sua defesa. E mantenha nossa Aliança forte", concluiu.
O ministro da Defesa da Polônia, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, enfatizou que o slogan da OTAN é "um por todos, todos por um". "Comprometer a credibilidade dos Estados aliados significa comprometer toda a Aliança do Atlântico Norte. Nenhuma campanha eleitoral é uma desculpa para jogar com a segurança da Aliança", escreveu em sua conta na plataforma X.
O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha expressou o mesmo. "'Um por todos e todos por um'. Esse credo da OTAN mantém mais de 950 milhões de pessoas seguras, desde Anchorage até Erzurum", enfatizou em uma publicação no X.
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Trump já avisou que, se não pagassem, não os protegeria
Trump afirmou no último sábado que "a OTAN estava quebrada" no momento em que chegou ao poder. "Eu disse: 'Todo mundo vai pagar'. Perguntaram: "Bem, se não pagarmos, vai continuar nos protegendo?" Eu disse: "Absolutamente não'. Não podiam acreditar na resposta", declarou. Em seguida, admitiu que não apenas "não os protegeria", como também "os incentivaria [os russos] a fazer o que quisessem". Nesse contexto, Trump reiterou que todos "têm que pagar as contas".
Enquanto isso, o presidente russo, Vladimir Putin, durante a entrevista com Tucker Сarlson, reiterou que a Rússia não tem reivindicações territoriais no continente europeu e que as declarações sobre "uma ameaça russa imaginária" são "absolutamente" descabidas, pois "é contrário ao bom senso ser arrastado para algum tipo de guerra global".