Agricultores franceses protestam contra acordo de livre comércio Mercosul-UE

O presidente francês Emmanuel Macron, que participa da cúpula do G20 no Rio, assegurou que seu país "não assinará o acordo como está", pois seria "muito ruim para a agricultura" e insistiu que a França continuará a "se opor" a ele.

Agricultores franceses realizaram uma nova onda de protestos nesta segunda-feira contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que está segundo discutido na cúpula do G20, segundo informações da imprensa local.

As manifestações, convocadas pela Federação Nacional de Sindicatos de Agricultores (FNSEA) e pela organização Jovens Agricultores, acontecem em mais de 80 pontos do país e resultaram no bloqueio de diversas estradas.

De acordo com a imprensa, a Comissão Europeia está decidida a fechar o acordo com o Mercosul até o final deste ano, com forte apoio da Alemanha e da Espanha. O pacto permitirá que os países do bloco sul-americano exportem mais carne bovina, aves e açúcar para a UE sem a cobrança de impostos.

Os agricultores franceses classificam o acordo como uma "concorrência estrangeira desleal" e argumentam que os países do Mercosul não seguem os mesmos padrões ambientais e sociais exigidos na Europa.

Eles também apontam que produtos como milho importado podem conter "70 substâncias químicas proibidas na França, mas permitidas no Brasil", além de carne bovina produzida com hormônios e estimulantes de crescimento.

O presidente francês, Emmanuel Macron, que participará da cúpula do G20, declarou que a França "não assinará o acordo como está", pois ele seria "muito ruim para a agricultura". Macron garantiu que seu governo continuará a "se opor" aos termos atuais do pacto.