Em vez de contratar modelos reais, a marca de roupas Mango decidiu reduzir custos e realizar suas novas campanhas publicitárias com modelos gerados por inteligência artificial (IA).
Segundo o diretor executivo da rede espanhola, Toni Ruiz, em entrevista à Bloomberg no final de outubro, "trata-se de uma criação de conteúdo mais rápida".
No setor da moda, onde as marcas precisam acompanhar tendências e oferecer roupas acessíveis em ritmo acelerado, a Mango busca simplificar processos com o uso da IA para competir com rivais como Zara e H&M.
Apesar da inovação, a decisão gerou críticas por substituir pessoas reais na promoção dos produtos. No TikTok, o usuário Marcos Angelides levantou o debate sobre "publicidade enganosa".
"Se a Mango lança uma campanha inteira gerada por IA, como isso é percebido? É apenas uma ferramenta criativa, como o Photoshop, ou é publicidade enganosa porque as modelos e as roupas mostradas não existem?", questionou.
Embora os modelos da Mango sejam virtuais, as roupas exibidas nas campanhas são reais e estão disponíveis para compra. Mesmo assim, a decisão gerou desconfiança entre consumidores, com alguns prometendo não comprar mais da marca.
"Simplesmente não confio, assim como não confio no Photoshop em fotos de maquiagem", comentou um usuário do TikTok. Outro questionou "como eles mostram roupas reais em um modelo de IA".
Além de questões de confiança e do impacto ético de deixar modelos e fotógrafos sem trabalho, muitos consumidores apontam que as fotos são essenciais para avaliar como as peças ficariam em seus corpos.
"Quando compro roupas on-line, olho as fotos para entender como as peças realmente vestem. As imagens geradas por IA são completamente inúteis para isso", opinou outro usuário da plataforma.