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Lula evita debate sobre guerras e prioriza combate à pobreza no G20

Um dos compromissos da presidência brasileira é a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, para adotar políticas públicas de transferência de renda e promover a agricultura familiar.
Lula evita debate sobre guerras e prioriza combate à pobreza no G20Gettyimages.ru / Lucas Figueiredo

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta segunda-feira que decidiu não abordar o tema das "guerras" durante a cúpula do G20, preferindo focar em questões como combate à pobreza.

"Decidi não trazer a guerra para o G20 porque, caso contrário, não discutiríamos outras coisas que são importantes para quem não está em guerra, como as pessoas pobres e invisíveis do mundo", disse o presidente à imprensa local.

Lula destacou que essas pessoas invisíveis são "as que passam fome, as desprezadas, as vítimas da desigualdade racial e as mulheres que sofrem com políticas de gênero".

Uma das prioridades do Brasil na presidência do G20 é a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que propõe a cooperação entre países na adoção de políticas de transferência de renda e incentivo à agricultura familiar.

Até sexta-feira, 37 países já haviam aderido à iniciativa, incluindo nações como Rússia, China e Alemanha. Os objetivos da aliança incluem beneficiar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda, ampliar a merenda escolar para 150 milhões e oferecer serviços de saúde para 200 milhões de mulheres e crianças.

Governança global e transições energéticas

O Brasil também defende mudanças em fóruns internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU, para garantir maior representatividade de nações. No domingo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a atual composição do conselho reflete um mundo ultrapassado e reforçou a necessidade de modernização da governança global.

Outro tema central para o governo Lula durante a cúpula será a transição energética e o desenvolvimento sustentável.

O evento, que ocorre até terça-feira, será realizado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e contará com delegações de 42 países.

Entre os chefes de Estado confirmados estão Xi Jinping, da China; Emmanuel Macron, da França; Javier Milei, da Argentina; Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia; Joe Biden, dos Estados Unidos; e Claudia Sheinbaum, do México.

A Rússia será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, que chegou no domingo.

Além dos membros do G20, participarão do evento líderes como Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, Luis Arce, da Bolívia, e Abdel Fattah al-Sisi, do Egito.