Biden quer impedir promessas de Trump sobre conflito ucraniano, diz deputado russo
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de autorizar ataques ucranianos em território russo com mísseis de longo alcance, pode gerar graves consequências, afirmou o parlamentar russo Aleksey Tchepa, da Duma Estatal.
A declaração foi feita nesta segunda-feira à agência RIA Novosti, após o tema ganhar destaque na mídia internacional.
"Há meses o governo Biden e o Pentágono consideravam essa decisão e, agora, tomaram uma atitude equivocada que certamente levará a consequências graves para o conflito", disse Tchepa.
Ele acrescentou que a medida está relacionada, em parte, ao fracasso das eleições presidenciais dos EUA, realizadas em 5 de novembro.
De acordo com o parlamentar, a decisão também foi motivada pelas declarações de Donald Trump, e visa dificultar eventuais iniciativas do novo presidente eleito em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
Trump prometeu diversas vezes negociar um acordo de paz entre Moscou e Kiev "em 24 horas" caso voltasse à Casa Branca. Seu vice na chapa, J.D. Vance, afirmou que o plano inclui a criação de uma zona desmilitarizada e garantias de que Kiev não ingressará na Otan.
Para Tchepa, a autorização de Biden marca uma nova escalada no conflito. Ele criticou ainda o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, classificando-o como um "cadáver político" com um futuro "muito sombrio". Segundo o parlamentar, Zelensky trabalhou para inviabilizar qualquer tentativa de negociação.
- O New York Times noticiou no domingo que Biden deu, pela primeira vez, aval para que a Ucrânia realize ataques ao território russo com mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA. Segundo fontes ouvidas pela publicação, os primeiros alvos devem ser tropas russas e norte-coreanas na região de Kursk, no oeste da Rússia.
- A agência Reuters também informou que a Ucrânia pretende usar os mísseis ATACMS, de fabricação norte-americana, para realizar esses ataques nos próximos dias.