O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou na sexta-feira que não tem ideia de como o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja acabar com o conflito ucraniano, mas disse que suas propostas "merecem atenção".
Em uma coletiva de imprensa do chanceler russo, um jornalista perguntou se ele tinha alguma ideia sobre como Trump poderia resolver os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, algo que ele prometeu fazer em várias ocasiões. "Não tenho", respondeu o ministro. "Vamos aguardar as propostas e, quando nos perguntam sobre isso, sempre enfatizamos que, de qualquer forma, um político que diz que não é a favor da guerra, mas da paz, merece atenção", comentou.
Ao mesmo tempo, Lavrov indicou que Moscou não sabe exatamente o que o político republicano irá propor. "Nossa posição foi claramente articulada pelo presidente Putin em seu discurso no Ministério das Relações Exteriores em 14 de junho deste ano", acrescentou.
Na quinta-feira, o presidente eleito dos EUA prometeu "trabalhar muito duro" para resolver o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, enfatizando que o conflito "tem que parar". Trump declarou em várias ocasiões que é capaz de chegar a um acordo de paz na Ucrânia em 24 horas. Após vencer a eleição presidencial, ele disse em seu discurso de vitória que "acabará com as guerras".
Condições para a paz
Em 14 de junho, o presidente russo Vladimir Putin listou as condições para o início das negociações de paz com a Ucrânia.
Ele declarou que as Forças Armadas ucranianas devem se retirar completamente do território da República Popular de Donetsk, da República Popular de Lugansk, bem como das províncias russas de Kherson e Zaporozhie. “Assim que Kiev declarar que está pronta para tal decisão e iniciar a retirada efetiva das tropas dessas regiões, bem como notificar oficialmente o abandono dos planos de adesão à OTAN, de nossa parte, imediatamente, literalmente naquele exato minuto, virá a ordem para cessar fogo e iniciar as negociações”, afirmou.
A posição inabalável da Rússia é "neutralidade, não alinhamento, desnuclearização da Ucrânia, bem como sua desmilitarização e desnazificação", disse Putin na época.